Olha aí, a primeira colaboração do Marcos Paulo Fernandes Alves para o Rock Master! Resenha do disco Vulgar sem ser Sexy, da banda mineira Engradado!
Formada em 2009, por Arthur “Tux” Alkmim (baixo), Augusto “Magrelo” Oliveira (guitarra) e Tavos Mata Machado (bateria) o Engradado saiu da garagem e passou a se apresentar publicamente nos palcos de Belo Horizonte em 2010. Após uma grande sequência de shows e composições, o Engradado precisava de alguém que assumisse exclusivamente os vocais, ao ponto que assume o posto em 2012, Gabriel “Papito” Oliveira, com sua natural afinidade para o caos etílico propagandeado pelo Engradado aos quatro ventos.
Após dividir os palcos de BH com bandas como Matanza e Velhas Virgens e tocar em outras cidades do Brasil afora, a banda lançou em 2013 o EP “Mais um Engradado e a Saideira” (clique aqui e veja o clipe de Mais um Engradado e a Saideira) e, em seguida, lançou o single “Caos Honesto” no dia 26/07/2014, em sua apresentação no Matanza Fest. Toda esta sequência ainda foi incorporada com o lançamento dos clipes Caos Honesto (através de Cowfounding dos fãs da banda), 7X1 e Reaça ‘N Roll (músicas que não entraram no álbum, mas foram uma grande porta de entrada para serem conhecidas no cenário nacional pelas suas posições ideológicas e irreverências).
Por fim, a banda lançou em 8 de abril de 2017, na Casa do Jornalista, o seu primeiro álbum “Vulgar Sem Ser Sexy”. O álbum conta com 13 faixas bem diversificadas e que facilmente cairá no gosto de todos aqueles que acompanham a banda desde o seu surgimento. Carregado de um lirismo recheado de irreverência, política e história, além é claro, de todo o espírito etílico que a banda coloca em cada minuto de faixa que se ouve no álbum.
Sobre este CD, venho comentar brevemente as minhas impressões sobre o trabalho final produzido. Para quem conhece todos os músicos que participaram da banda, sabem muito bem da qualidade de cada um e do potencial que todos têm em realizarem ótimos trabalhos. Baseando-se neste nível de exigência, posso dizer que em muitos pontos o CD me surpreendeu positivamente, principalmente pelo aspecto musical.
A começar pelo Magrelo, que tem se tornado um dos grandes guitarristas da atual cena underground e que mostra em cada faixa toda a sua categoria e feeling como um músico de responsa. O baixista Tux também mostrou uma evolução gigante como músico. O mesmo após trabalhos paralelos tem mostrado um arsenal de influencias muito positivo e que ajudou demais na parte musical das composições da banda.
Outro ponto importantíssimo que deve ser ressaltado estão nas participações especiais, que deram uma encorpada melhor no som da banda. A começar pela mistura de Funk com Groove introduzido por Nathan Augusto na faixa clássica “Caos Honesto” (clique aqui e veja o clipe de Caos Honesto) e que deixou a música com um aspecto até mais dançante. Por fim, outro destaque que gostaria apontar positivamente é a belíssima participação de Alessandra Nunes no vocal de “Ao Seu Lado”. Conseguiu casar perfeitamente com o estilo de voz do Gabriel Papito e deu uma áurea bem agressiva para a canção que, em minha opinião, virou a grande obra-prima do álbum.
Um ponto bastante negativo e que talvez afete drasticamente na qualidade do álbum está na questão da produção. Não falo necessariamente do processo de gravação dos takes de voz e instrumental e, muito menos na captação destes takes, mas sim, em uma das funções que julgo de extremíssima importância para o trabalho final de álbum e que vai ser a porta de entrada para aqueles que sequer conhecem a banda. A respeito da mixagem e da masterização, é notório perceber que a qualidade das mesmas deixou demais a desejar, o que poderá contribuir negativamente para o árduo trabalho que a banda teve ao longo de todos estes anos.
Quem for ouvir o álbum já vai perceber que o mesmo não ficou bem equalizado e que, em determinados momentos, perceberá a bateria mais seca e sem a equalização adequada, além de alguns efeitos desnecessários no vocal e que até ajudaram a descaracterizar em algum momento. Por fim, observe-se melhor na questão da equalização do CD que o mesmo teve sua gravação bem baixa e quase sem o stereo. Por conta de tudo isso daria uma NOTA 6,0 para o álbum e espero ver outros trabalhos ainda melhores da banda.
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