Veja como foram os shows de Mr. Big e Geoff Tate em Belo Horizonte, com o texto de Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro e as belas imagens de Alexandre Guzanshe!
Um dos maiores nomes do hard rock americano do começo dos anos 1990, o Mr. Big está em turnê mundial para a divulgação de seu último álbum, “Defying Gravity”. A banda faz quatro shows no Brasil e o terceiro deles aconteceu no último domingo, 20 de agosto, em Belo Horizonte. Este foi um dos dois shows do grupo que contou com a abertura de Geoff Tate, ex-vocalista do Queensrÿche, tocando na íntegra o álbum “Operation: Mindcrime”, de sua ex banda. O outro foi o de São Paulo.
Geoff veio sozinho para o Brasil e contratou sua banda de apoio por aqui mesmo. Geralmente, esse tipo de coisa não funciona muito bem, seja por falta de entrosamento dos membros, seja por falta de tempo hábil para ensaios, seja por outros fatores quaisquer. No entanto, o grupo formado por Leo Mancini (Tempestt) e Dalton Santos nas guitarras, Felipe Andreoli (Angra), no baixo, Edu Cominato (SOTO), na bateria e Bruno Sá nos teclados e guitarra parecia menos um “juntado” de músicos e mais uma banda de verdade, mostrando um entrosamento incomum nesse tipo de arranjo.
O show de Tate foi redondinho, com o vocalista mostrando carisma e, apesar da idade, 58 anos, ainda exibindo uma voz bastante potente. O público, com muitos fãs de Queensrÿche presentes, também fez bonito e tornou “Revolution Calling”, “Operation: Mindcrime”, “The Needle Lies” e “Silent Lucidity”, essa que não faz parte do álbum aqui tocado e que fechou o setlist, pontos altos da apresentação do cantor.
Imagens do show de Geoff Tate:
Cerca de meia hora depois de Geoff sair do palco, com o Music Hall apresentando um bom público, e com as luzes do palco apagadas e a música “I Can’t Stand Myself (When You Touch Me) de James Brown no sistema de som, o quarteto formado por Eric Martin (vocal), Paul Gilbert (guitarra), Billy Sheehan (baixo) e Matt Star (bateria) chega para começar sua apresentação com “Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)”. De cara o grupo, que se apresentou pela primeira vez na capital mineira, já ganha o público, especialmente pelo fato de Paul Gilbert usar uma furadeira como acessório para tocar sua guitarra em determinado momento da música.
Daí em diante, o Mr. Big desfilou clássicos de sua carreira, abrangendo quase toda a sua discografia, deixando de lado apenas “Get Over It” e “Actual Size”, álbuns nos quais Richie Kotzen ocupava as guitarras no lugar de Paul Gilbert e “…. The Stories We Could Tell”. Desnecessário dizer que a estrutura dorsal do setlist se focou nos primeiros álbuns da banda, que foram os responsáveis por dar a ela o status que alcançou no início dos anos 1990.
“Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)” foi seguida por “American Beuty”, “Undertow” e “Alive and Kickin’”, que contou com a participação de Pat Torpey, baterista original do Mr. Big. Pat foi diagnosticado com a Doença de Parkinson em 2014, o que o impede de tocar seu instrumento da forma necessária para poder se apresentar – ou mesmo gravar – com a banda. Mesmo assim, ele continua uma parte ativa no Mr. Big e, além de ter trabalhado como produtor de bateria no último álbum da banda, ainda excursiona com o grupo, e participa das apresentações tocando um kit de bateria bem menor e em apenas poucas músicas como apoio.
O show seguiu com o desfile de clássicos, como “Just Take My Heart”, “Take Cover”, “Green-Tinted Sixties Mind”, todas recebidas com grande entusiasmo pelo público presente e se constituindo destaques de uma apresentação cheia delas. Paul Gilbert teve seu momento solo no palco que, apesar de bastante técnico e energético, deu uma esfriada no clima. “Take A Walk” retomou a energia anterior, “Wild World” fez ela subir ainda mais e isso se manteve até o solo de Billy Sheehan, este mais bem recebido pelo público. Ainda assim, fica aquela questão: não seria melhor adicionar uma ou duas músicas ao setlist ao invés desses solos, mesmo tendo dois dos melhores instrumentistas (em seus respectivos instrumentos) da atualidade os executando?
Enfim, a primeira parte da apresentação se encerrou com “Addicted To That Rush” e, ao invés de fazer como a maioria das bandas que sai do palco apenas para voltar dali a cinco minutos para o “bis”, o Mr. Big ficou por ali mesmo e encerrou sua apresentação com o quarteto “To Be With You”, “Colorado Bulldog”, a recente “1992” e o cover do The Who “Baba O’Riley”, que colocou um ponto final na primeira passagem do Mr. Big por Belo Horizonte.
Apesar de um pequeno atraso aqui e um contratempo ali, como a dificuldade de Eric Martin se fazer entender pelo técnico de iluminação em determinados momentos da apresentação, podemos dizer que o Mr. Big fez um grande show em Belo Horizonte. O trio de frente formado por Eric, Billy e Paul é bastante carismático e interage bastante com o público, fazendo brincadeiras e tornando o clima geral do evento bastante divertido. O setlist foi bem equilibrado e a apresentação, que durou quase duas horas, ficou de bom tamanho. Faltaram uma música e outra, como “Shine”, da fase Kotzen, mas nada que comprometesse o resultado final.
Imagens do show do Mr. Big:
O Rock Master agradece a Márcio Siqueira e a MS BHz pela oportunidade de mais essa cobertura.
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