(foto: reprodução e Bruno Furtado / vídeos: reprodução do Youtube – Pop Cultura e Sérgio Luiz)
O Rock Master esteve em São Paulo para assistir ao segundo show da parte brasileira da turnê de Phil Collins, em São Paulo, em 24 de fevereiro. Aliás, chamar a apresentação de “show” não é nenhum exagero. O ex-baterista do Genesis roda o mundo com sua Not Dead Yet Tour.
Realmente ele ainda não está morto, como diz o nome da turnê. E como não está! Mas vamos por partes. Antes de Phil Collins subir ao palco, quem foi o responsável pelo aquecimento foram os Pretenders. A banda anglo-americana, liderada pela vocalista Chrissie Hynde, chegou a empolgar em alguns momentos.
Eles arrancaram aplausos e um potente coro da plateia, principalmente no clássico Back on the Chain Gang. Entremeando seus grandes hits, basicamente oitentistas, como a própria Back on…, além de Dont’ Get Me Wrong e Middle of the Road, e I’ll Stand By You, já dos anos 90, mostraram porque estão na estrada há 40 anos, com grande presença de palco e muita competência.
E ainda tiveram tempo para mostrar algumas pouco menos cotadas, como Night in My Veins e Brass in Pocket, mas que também se tornaram hits da banda. Eles também prestaram duas homenagens, tocando Stop Your Sobbing, dos Kinks, e Forever Young, de Bob Dylan. Foram bastante prejudicados pelo som, em alguns setores do estádio. Mas fizeram sua parte de forma competente e deixaram a plateia com grande expectativa para o prato principal da noite.
E, pontualmente às 21h, eis que surge no palco o senhor de 67 anos, com uma bengala e dificuldade de caminhar. Antes de mais nada é preciso contextualizar. Desde 1999, Phil Collins sofre com problemas na coluna. Ele já operou a vértebra deslocada em seu pescoço e tem dificuldades de andar. Além disso, perdeu parte da sensibilidade nos dedos e teve que abandonar a bateria, instrumento que o tornou mundialmente famoso, com a banda progressiva Genesis.
Aliás, em alguns momentos, é possível ver o pé de Phil Collins marcado o ritmo das músicas. No fundo, deve ser aquela vontade de pegar as baquetas e fazer o que ele sabe de cor e salteado. Ele faz o show inteiro assentado em uma confortável cadeira, sem muitos movimentos.
Phil Collins esteve no Brasil, pela última vez, no longínquo 1977, ainda com o Genesis. E a espera por mais de 40 anos valeu a pena. Logo de cara, o primeiro momento alto do show, com Against All Odds (Take a Look at Me Now), seguida por Another Day in Paradise. Com os dois clássicos, o vocalista já deu o cartão de visitas e deixou claro a que veio.
Acompanhando por uma senhora banda, que tem grandes nomes da música mundial, como seus dois fieis escudeiros, o baixista barbudo e cabeludo Leland Sklar (que também tocou, entre vários outros, com JamesTaylor e Toto), um dos mais festejados pela plateia, além do guitarrista Daryl Stuermer, ex-Genesis, o show é perfeito, bem encaixado. Na bateria, ninguém menos que Nicholas Collins. Isso mesmo, o nome entrega. Ele é filho do ‘homem’, tem 16 anos e segura a onda deixada por Chester Thompson, antigo companheiro de Phil Collins, em sua carreira solo e no Genesis, e que não participa da turnê. “Ele é um bom menino”, define a pai coruja.
O naipe de metais também é um capítulo à parte. Figuras carimbadas para quem acompanha a carreira de Phil Collins há muitos anos. E em algumas músicas, eles simplesmente roubam a cena, como em Easy Lover e Sussudio, já na reta final da apresentação.
Mas voltando lá no início, o Genesis não foi esquecido. Quando começam os primeiros acordes de Throwing It All Away, já é possível ver a emoção no ar. Mas a coisa aperta mesmo é em Follow You Follow Me, com imagens clássicas da lendária banda passando no telão. Aí é complicado segurar.
Outro ponto alto, claro, é em In The Air Tonight, que tem uma das entradas de bateria mais clássicas da música. Ela chega depois de Something Happened on the Way to Heaven. Na sequência, You Can’t Hurry Love, cover das Supremes. Costumeiramente, nas turnês anteriores, o cantor emendava com Two Hearts, um de seus grandes clássicos, ausente nesta turnê. Agora a emenda é com Dace Into the Light, e novamente Genesis na parada, com Invisible Touch.
A última, como de costume, é Take Me Home. É daqueles shows sem nenhum porém. Palco sensacional, luz e telão muito bem casados, som irretocável. Ao final da apresentação, fogos de artifício no teto do Allianz Parque, e uma mensagem no telão: ‘Obrigado, Brasil’! Nós é que agradecemos, Phil Collins.
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