Mais uma grande colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master! Os cliques, como sempre, são do grande Alexandre Guzanshe!Se não me falha a memória, desde 2001 o Angra vem a Belo Horizonte para divulgar seus novos álbuns. Essa relação com o público mineiro se estreitou bastante nos últimos anos: desde 2013 a banda toca na cidade todos os anos, sendo que em 2016 chegou a tocar por aqui em duas ocasiões diferentes. E, em todos esses shows, dois fatores são certos: o público vai comparecer e o Angra vai retribuir o carinho da galera com uma grande apresentação.
Antes, no entanto, o público belorizontino teve a chance de ver os conterrâneos do Devildust apresentarem suas novas músicas. A banda, liderada pelo carismático Leo Garibaldi, voltou após um hiato mostrando um heavy metal tradicional com bastante energia e técnica na medida certa. Apesar da recepção morna do público, que ainda chegava ao Music Hall, a banda fez um bom show, apresentando músicas como “The River”, “Hellbound” e “Rise”.
Pouco depois, e com um público bem maior nas dependências do Music Hall, o quinteto formado por Rafael Bittencourt (guitarra), Felipe Andreoli (baixo), Bruno Valverde (bateria), Fábio Lione (vocal) e Marcelo Barbosa (guitarra) adentra o palco já levantando o público com “Nothing to Say”, um dos maiores clássicos da banda, com o refrão cantado em uníssono pelos presentes na casa de shows.
Pelas próximas duas horas, o Angra fez o que de faz melhor. Um show redondinho, com um setlist recheado de clássicos alternados com músicas mais novas. Entre uma e outra Fábio e Rafael conversaram bastante com o público, fazendo até mesmo piadas com os problemas ocasionados com o fornecimento de combustível devido à recente paralisação dos caminhoneiros pelo país.
Alguns momentos do show merecem destaque, como a execução de “Black Widow’s Web”, música presente no novo álbum, “Omni” e que causou certa “polêmica”, por ter vocais de Sandy (a irmã do Júnior) e de Alissa White-Gluz, vocalista do Arch Enemy. Pelo fato de ter a impossibilidade de contar com ambas as vocalistas no palco, poderia-se esperar que a banda utilizasse de vocais pré-gravados para suprir essa falta. Nada. Rafael assumiu com competência as partes da Sandy, enquanto que Fábio Lione fez os guturais de Alissa, também com bastante competência. Aliás, o que Fábio Lione anda cantando é brincadeira.
“Angels and Demons”, “Newborn Me”, “Insania”, “Lisbon” e o solo de bateria de Bruno Valverde também foram bons momentos da primeira parte do show. Como sempre acontece, pouco depois de a banda sair do palco aos gritos de “mais um, mais um” do público, Rafael tomou o palco sozinho para “Reaching Horizons”. Aproveitou esse tempo pra conversar com o público e apresentar a banda antes de fecharem sua apresentação com chave de ouro, com “Rebirth” e “Carry On” já emendada em “Nova Era”.
Ao fim, uma constatação: o Angra tem uma capacidade gigantesca de se reinventar desde quando 60% da banda saiu para seguir novos caminhos no início do século. Desde então, o Angra perdeu diversos membros, sendo o último deles Kiko Loureiro, um dos fundadores que deixou a banda para tocar no Megadeth. Mesmo assim, salvo um tropeço aqui, outro ali, a banda se mantém forte, emplacando um bom trabalho atrás do outro. Em cima do palco, então, não há o que falar.
Fábio Lione é um cara extremamente carismático e consegue comandar o público como poucos, além de ser um dos melhores do mundo na função que desempenha ; Rafael também faz a sua parte nesse sentido, ainda que, obviamente se comunique menos com a galera; Felipe Andreoli e Marcelo Barbosa podem ser mais discretos, mas sua presença de palco é muito boa, enquanto que Bruno Valverde, como diz o próprio Lione, é “um monstro” das baquetas. Impressiona o quanto o cara toca, fazendo até o solo dele algo atraente.
Dessa vez podemos terminar essa resenha dizendo que o público de Belo Horizonte compareceu em um bom número no Music Hall, mesmo sendo o primeiro fim de semana do mês em um feriado prolongado e com a concorrência do Festival Internacional de Quadrinhos que rolava na cidade. Mais uma prova da relação de cumplicidade do público belorizontino com o Angra.
Agradecemos, como sempre, a Márcio Siqueira e sua MS BHz pela parceria que nos proporcionou mais essa cobertura.
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