Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master!
Originário de Santos, o Shadowside começou a ser notado no Brasil a partir do lançamento de seu primeiro álbum, “Theatre of Shadows”. Adepta de um heavy metal clássico, o maior destaque da banda era a cantora Dani Nolden, que, logo, se tornaria uma das principais vocalistas do metal nacional.
Os anos seguintes foram agitados para a banda, que logo lançou “Dare To Dream” em 2009 e, dois anos depois, “Inner Monster Out”, seu álbum mais elogiado até então. Aí o Shadowside dedicou os seis anos seguintes para divulgar o álbum de 2011, sem nenhuma novidade relativa a um novo trabalho de estúdio. Eis que, em 2017, o quarteto completado por Raphael Mattos (guitarra), Magnus Rosén (ex-Hammerfall, baixo) e Fabio Buitvidas (bateria) voltou ao mercado com esse “Shades of Humanity”.
Sempre que uma banda demora tanto para lançar um novo trabalho, a pergunta que precisa ser respondida é: valeu a pena a espera? No caso do Shadowside, a resposta é: depende. Se você esperava uma banda disposta a reinventar a roda, vai se decepcionar. No entanto, se o que gostaria de encontrar em “Shades of Humanity” é um álbum com as características típicas do Shadowside, com algumas mudanças sutis aqui e ali – cortesia da adição de Magnus à banda – então tem tudo para apreciar o álbum.
Gravado na Suécia e produzido por Fredrik Nordström (Arch Enemy, Evergrey, Hammerfall, Bring me the Horizon) e Henrik Udd (Architects, Arch Enemy, Dark Tranquility, Dream Evil) “Shades of Humanity” tem uma sonoridade bastante limpa, o que garante que todos os instrumentos e a voz de Dani estejam bem equilibrados. Uma boa produção, no entanto, ajuda pouco se a qualidade dos músicos envolvidos não se mostra à altura dela. Felizmente, esse não é o caso aqui.
“Shades of Humanity” é um belo álbum de heavy metal, trazendo todos as características do gênero. Em sua maioria, temos músicas pesadas e rápidas, com refrões grudentos e um belo trabalho instrumental, com destaque para a guitarra de Raphael, seja nos riffs, seja nos solos, sempre precisos e virtuosos/enérgicos na medida certa. “Shades of Humanity” empolga em diversos momentos e seria meio injusto destacar uma ou outra música apenas. No entanto, como textos como este também se prestam a essa função, poderíamos destacar faixas como “The Fall”, que abre o petardo, “Make My Fate”, “Stream of Shame” e “Unreality” (esta, composta por Magnus em parceria com o consagrado Andy LaRoque, mais conhecido por seu trabalho como guitarrista de King Diamond) como belos exemplos do que se esperar do novo trabalho do Shadowside.
“Shades of Humanity” foi lançado no ano passado pela Furia Music Records, o que torna esta uma resenha tardia. No entanto, isso não a torna menos relevante, haja vista a qualidade do trabalho quarteto de Santos e a missão do Rock Master de sempre dar o destaque merecido a bandas tupiniquins.
Agradecimentos: Furia Music
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