Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master!
Conhecido como guitarrista e principal compositor do Symphony X, Michael Romeo decidiu aproveitar o ano sabático que sua banda tirou em 2017 para trabalhar em seu álbum solo, intitulado “War of the Worlds // Pt. 1”. Lançado mundialmente este ano (no Brasil, pela Hellion Records) este é o primeiro álbum solo de membros do Symphony X que certamente agradará a seus fãs a contento. Não que “We Are the People” do Adrenaline Mob de Russel Allen (vocalista do Symphony X) e “Pawn and Prophecy”, segundo esforço solo do baixista Mike LePond, sejam ruins. Muito antes pelo contrário, são bons álbuns. Mas nenhum deles se aproxima tanto do que o Symphony X faz em seus álbuns quanto “War of the Worlds // Pt. 1”.
Para seu esforço solo, Romeo recrutou um grupo de respeito. O baixo ficou a cargo de John DeServio (Black Label Society), as baquetas couberam a John Macaluso, que já tocou com gente como Dee Snider (Twisted Sister), Yngwie Malmsteen, James LaBrie (Dream Theater) e mesmo Nicolas Cage (sim, o ator), enquanto que os vocais recaíram sobre o novato Rick Castellano. Apesar de ser o único a não carregar uma grande bagagem musical, Rick mostrou que tem tudo para se tornar um grande nome do heavy metal mundial, fazendo do seu trabalho em “War of the Worlds” um excelente cartão de visitas.
“War of the Worlds // Pt. 1” é um álbum conceitual tendo o conflito como seu tema principal. Talvez devido a isso, ele é bem amarrado, com as transições entre as músicas ocorrendo de maneira tão sutil e orgânica que, com uma única exceção, o ouvinte distraído poderia tomá-lo como uma única peça com pouco mais de 50 minutos de duração.
Michael Romeo é um grande entusiasta de música orquestral, especialmente do trabalho de músicos como John Williams. Isso se reflete em praticamente toda a discografia do Symphony X e muito mais claramente neste seu álbum solo. Prova disso é a faixa de abertura. Intitulada “Introduction”, ela começa com uma sessão instrumental onde se ouve apenas orquestra, antes da guitarra de Romeo mostrar ao que veio. Aos fãs de Symphony X, ela lembrará peças como “The Odissey” e “The Divine Wings of Tragedy”, ambas presentes nos álbuns homônimos.
“Fear the Unknown” vem a seguir e nos apresenta à voz de Castellano, que, apesar de trabalhar em linhas vocais semelhantes àquelas escritas para Russel Allen, tem um timbre de voz bem diferente. “Fear the unknown” é pesada e rápida na medida certa, com um grande refrão e Romeo mostrando que criar belos riffs e solos é uma de suas especialidades.
O ouvinte nem percebe e “Fear the Unknown” dá lugar a “Black”, primeiro single do álbum que você pode conferir aqui. Ela segue mais ou menos o mesmo esquema que é uma característica dos trabalhos de Michael Romeo: introdução orquestrada que faz uma boa transição a um riff de guitarra rápido e preciso. O refrão também é um dos destaques da música.
“F*cking Robots” é Michael Romeo saindo um pouco de sua zona de conforto, já que ele se arrisca com a adição de elementos de dubstep (um gênero de música eletrônica), antes que Rick dê sua contribuição. Outra transição suave e temos “Djinn”, onde Romeo aposta em influências arábicas para construir uma das músicas mais rápidas e pesadas de “War of Worlds”. E aqui o álbum tem sua primeira pausa, marcando o que eu costumei a ver como o fim de sua primeira parte.
“Believe”, que começa a segunda parte, é a música mais longa do álbum e é o mais próximo que encontraremos de uma balada aqui. Começa com piano, tem linhas vocais suaves e um instrumental que, ainda que longo, se comporta de maneira diferente das demais e funciona de maneira muito boa, sendo um dos destaques do álbum.
“Differences”, a faixa mais pesada e rápida de todo o álbum vem a seguir, com Romeo tocando a uma velocidade absurda, mesmo durante o refrão. Ela dá lugar a “War Machine”, música instrumental que tem passagens reminiscentes de “The Odyssey”. “Oblivion” e “Constellations”, que fecham o álbum, mantém a mesma qualidade e características das faixas anteriores.
Sólido, bem produzido, recheado de belos riffs, solos e refrões, “War of the Worlds // Pt. 1” é mais uma prova do talento absurdo de Michael Romeo e mostra porque ele é um guitarrista tão reverenciado dentro do heavy metal progressivo. É um álbum que fará a alegria de fãs do estilo como um todo e, sem sombras de dúvidas, é forte candidato a um dos melhores lançamentos de 2018.
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