Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo “Piolho” Monteiro (que também deu uma de fotógrafo desta vez) para o Rock Master!
O Cradle of Filth, uma das bandas mais relevantes da música extrema mundial, fez uma mini-turnê em terras brasileiras na semana passada, parte da “Lustmord and Tourgasm”, série de shows que comemora os 20 anos de lançamento do clássico “Cruelty and the Beast” (1998), terceiro álbum do grupo. A apresentação em Belo Horizonte, acontecida ontem (26 de maio), foi a última da banda por aqui.
“Cruelty and the Beast” é o álbum mais bem sucedido do CoF, logo, a banda já começou o show com o jogo ganho. O Mr. Rock já estava com um bom público quando a introdução “Once Upon Atrocity” começou a rolar e preparar o terreno. Sem alarde nem firulas, um a um, os integrantes da banda adentraram o palco, liderados pelo baterista Martin “Marthus” Skaroupka. Diferentemente da maioria das bandas, a bateria de Marthus não fica no centro do palco e sim, na extrema direita e ele troca detrás de um biombo de vidro. O motivo para tal é algo desconhecido por nós.
Marthus foi seguido por Richard Shaw e Marek “Ashok” Smerda (guitarras), Daniel Firth (baixo), Lindsay Schoolcraft (teclados, vocais) e Dani Filth (vocais) e logo iniciaram os trabalhos propriamente com “Thirteen Autumns and a Widow” primeiro capítulo na história que Filth criou para “Cruelty and the Beast”, álbum conceitual baseado na vida e nos crimes de Elizabeth Bathory. Membro da nobreza húngara, Bathory passou à história como uma assassina serial que se utilizava de requintes de crueldade em seus atos.
Como extensamente anunciado, a execução de “Cruelty and the Beast” na integra e na ordem em que as músicas foram disponibilizadas no álbum compôs a espinha dorsal do show. Nessa primeira parte, os destaques vão para “Cruelty Brought Thee Orchids” e a longa “Bathory Arya”, com seus mais de dez minutos de duração. “Cruelty and the Beast” se encerra com “Lustmord and Wargasm (The Lick of Carnivorous Winds)”. Ela, no entanto, não encerra o show, que teve ainda “Malice Through The Looking Glass”, “Heartbreak and Seance”, “Nymphetamine (Fix)”- outro dos destaques da apresentação -, “Suffron’s Curse” e “Her Ghost in the Fog”, que deu ponto final aos trabalhos.
O Cradle of Filth é uma banda bastante conhecida pelas constantes mudanças em sua formação. A atual parece ser uma das mais adequadas para apresentações ao vivo. A dupla de guitarristas rouba cena. O careca Ashok chama o público para si o tempo todo, usa sua guitarra como um machado ou uma metralhadora (a la Steve Harris) e não para um minuto; já Shaw é mais teatral, ora encarando o público como se fosse um louco, ora fingindo que está se estapeando, ora girando ao redor de si próprio e, na maioria das vezes, batendo cabeça como todo bom headbanger deveria. Firth não fica muito atrás, também batendo cabeça e percorrendo o palco durante toda a apresentação. Já Dani faz a sua parte gritando como uma banshee – figura folclórica da Irlanda cujo grito prenuncia a morte de algum ente querido – e pulando o tempo quase todo. Dani interage pouco com o público mas isso não se apresenta como um demérito, haja vista sua bela presença de palco.
Boa seleção de músicas, uma banda afiada e com boa presença de palco e um público que, se não lotou a casa, compareceu em bom número e fez a sua parte foram as principais características que marcaram o último show do Cradle of Filth em sua atual passagem pelo Brasil e, esperamos, apenas o primeiro em Belo Horizonte.
O Rock Master agradece Márcio Siqueira e sua MS BHz pela parceria que nos proporcionou mais essa cobertura.
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