Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo “Piolho” Monteiro para o Rock Master.
Originalmente um trio formado em 2008, o Sunrunner, banda originária de Portland, Maine, EUA, hoje é um quarteto composto pelo vocalista brasileiro Bruno Neves, Joe Martignetti (guitarra), David Joy (baixo) e Ted MacInnes (bateria). “Ancient Arts of Survival”, seu quarto álbum, traz bastante diversidade, o que torna difícil classificá-lo dentro dos rótulos aos quais nos acostumamos. O que não deixa de ser uma coisa boa.
Oficialmente, o que o Sunrunner faz é um rock progressivo com uma grande influência do heavy metal. No entanto, a banda, nem de longe, lembra os grandes nomes dessa tendência, como o Dream Theater ou o Symphony X. Isso se dá porque o som do Sunrunner é mais variado. Suas composições investem não só no som progressivo e no heavy metal, mas também trazem passagens onde se nota claramente a influência do jazz e da música folclórica. Instrumentos como o violino, a flauta e o bozouki (uma espécie de alaúde) também são utilizados aqui.
Uma das grandes forças de “Ancient Arts of Survival” é a variedade. O Sunrunner consegue trazer em seu trabalho uma faixa mais direta (“The Scout”), seguida de uma mais pesada (“Inner Vision”), de uma mais virtuosa (“Prophecy of the Red Skies”), passando por uma instrumental (“Arrive, Awake, Survive and Thrive”), por uma música mais lenta com um refrão grudento (“Palaver”) e por aí vai.
Sendo um álbum de música progressiva, é claro que não poderiam faltar composições longas e intrincadas. Em “Ancient Arts of Survival” elas respondem por “Prophecy of the Red Skies”, com mais de dez minutos e “Stalking Wolf”. Fechando a bolacha, esta é uma composição com quase dezenove minutos de duração, onde o Sunrunner usa e abusa de todo o seu repertório.
Apesar de toda essa variedade (ou, talvez, por causa dela) “Ancient Arts of Survival” é um álbum sólido e agradável de se ouvir. Musicalmente falando, a banda usa o virtuosismo com bastante prudência, investindo mais na criatividade em suas composições. Isso tudo, aliado à qualidade de todos os envolvidos, faz o Sunrunner uma boa opção para aqueles fãs de música progressiva com algum peso que, como eu, não os conhecia até então.
A título de curiosidade, os álbuns anteriores do Sunrunner são “Eyes Of The Master” (2011), “Time In Stone” (2013) e “Heliodromus” (2015).
Agradecimentos: Som do Darma
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