Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo “Piolho” Monteiro para o Rock Master.
O Thrust é uma daquelas bandas que mereceriam mais reconhecimento, se este fosse um mundo justo. E os caras fizessem a sua parte. Afinal, o grupo foi formado em 1981 em Chicago (EUA), fortemente influenciados pela NWOBHM. A banda chamou a atenção mesmo antes de ter uma gravadora e abriu shows para nomes como Motörhead, Judas Priest, Twisted Sister e Slayer, dentre outros.
O primeiro álbum dos caras, “First Held High” foi lançado em 1984… E a banda sumiu do mapa. Por 18 anos, o Thrust permaneceu dormente. Voltaram em 2002 com “Invitation to Insanity” antes de ficarem mais uma década fora do radar; em 2015, mais um álbum, o apropriadamente intitulado “Reincarnation”. Esse álbum deve ter dado o estímulo necessário para a banda retomar as atividades de vez já que no primeiro semestre do ano passado chegou às lojas o quarto álbum do Thrust, “Harvest of Souls“, lançado por aqui pela Hellion Records. E é um daqueles álbuns que valem muito à pena ter na coleção de qualquer fã do heavy metal clássico estilo NWOBHM.
O que o quinteto formado por Eric Claro (vocal), Ron Cooke e Angel Rodriguez (guitarras), Ray Gervais (baixo) e Joe Rezendes (bateria) faz é o puro heavy metal norte-americano que, sejamos francos, não se diferencia muito daquele praticado no resto do mundo, especialmente na Terra da Rainha. O que temos aqui é o trio guitarra-baixo-bateria fazendo um som direto, sem frescuras nem virtuosismos desnecessários. De “Deceiver”, que abre os trabalhos, até “One Step From the Grave”, que fecha o álbum, “Harvest of Souls” não tem momentos fracos. É uma faixa consistente atrás da outra, com bons solos de guitarra, refrãos grudentos, bastante energia e – e isso também é um fator atraente – músicas cujas letras falam sobre reis, guerreiros e morte, sem qualquer manifestação política presente. No geral, o Thrust prova que heavy metal, quando bem feito, jamais fica datado.
Com destaques individuais como “Shadow of the Cross”, “Kill or be Killed”, “Feel the Pain” e as acima citadas, “Harvest of Souls” tem tudo para abrir diversas portas para o Thrust. Desde que, é claro, a banda também faça a sua parte e não volte ao hábito de passar mais de uma década sem lançar material novo.
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