Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo “Piolho” Monteiro para o Rock Master!
Apesar de todos os pesares – overdubs, especialmente – eu sou da teoria de que a melhor forma de ser introduzido ao trabalho de qualquer banda, principalmente aquelas adeptas do bom e velho rock ‘n roll e seus filhos mais rebeldes, é através de álbuns ao vivo. São nas apresentações ao vivo que podemos ter uma ideia melhor de toda a energia e vibração da banda, além da oportunidade de escutar suas composições de uma forma mais orgânica, ainda que, em muitos desses álbuns, a presença de regravações em estúdio para corrigir possíveis falhas seja uma prática comum.
Não posso atestar se overdubs foram ou não utilizados pelo Night Demon em seu “Live Darkness“. Independente disso, este é um daqueles álbuns que cumprem com louvor o papel de apresentar à uma nova audiência o som do trio californiano que faz parte do movimento que tenta fazer ressurgir o heavy/speed metal tradicional nos Estados Unidos, deixando toda aquela coisa do metalcore ou do new (nu) metal (alguém ainda se lembra desse estilo?), de lado.
Diferente de muitas dos textos recentes onde comentei álbuns de bandas veteranas o Night Demon é recente. O grupo foi formado em 2010 e conta com Jarvis Leatherby (vocal, baixo), Armand J. Anthony (guitarra) e Dusty Squires (bateria) e faz jus com louvor à alcunha de power trio. O que esses três mostram em cima do palco faz com que o Night Demon pareça ser uma banda com quatro ou cinco membros, tamanha a energia e qualidade de sua performance.
Em termos de sonoridade, o Night Demon não tenta reinventar a roda ou sequer inovar. Os caras fazem um speed/heavy metal honesto, puro e direto, sem firulas, sem orquestrações, sem modernidades. É guitarra, baixo e bateria apoiados por um vocal competente. E isso funciona muito bem. Refrões grudentos, riffs e solos de guitarra bem encaixados e uma cozinha azeitada são características indeléveis ao speed/heavy metal tradicional que o Night Demon recicla muito bem.
“Live Darkness” é um álbum duplo. São 23 faixas no total, onde o trio não deixa a bola cair em nenhum momento. Mesmo com algumas passagens mais calmas aqui e ali, em geral Jarvis , Armand e Dusty já começam com o pé baixo em “Welcome to the Night”, música que abre os trabalhos e mantém esse ritmo até “Night Demon”, faixa que encerra a segunda bolacha.
“Full Speed Ahead”, “Halloweed Ground”, “Maiden Hell”, “Ritual”, “Curse of the Damned”, “On Your Own” e “Save Me Now” no primeiro disco e “The Howling Man”, “Black Widow”, “Ancient Evil”, “Satan” e “Night Demon”, no segundo, são alguns dos destaque de “Live Darkness”. Isso, no entanto, não encerra a qualidade do álbum. Este é o tipo de trabalho que vale a pena ser aproveitado de cabo a rabo ininterrupta e repetidamente.
“Live Darkness”, primeiro álbum ao vivo do Night Demon e apenas o terceiro em sua discografia, foi lançado por aqui no ano passado pela Hellion Records.
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