Olha aí mais uma contribuição do Rodrigo Monteiro para o Rock Master!
Os primeiros acordes de “Black Abyss”, música que abre o álbum de estréia do The Watchers podem soar enganosos, na medida em que parecem indicar que o trabalho dos caras é fortemente calcado na sonoridade dos anos 1970. “Black Abyss” tem toda a cara de ter sido escrita por grandes fãs do Black Sabbath e isso jamais seria uma coisa ruim.
Ao longo das oito músicas que compõem o primeiro trabalho do quarteto formado por Tim Narducci (vocais), Jeremy Von Epp (guitarra), Cornbread (baixo) e Carter Kennedy (bateria), essa impressão se desvanece, na medida em que o grupo apresenta um trabalho bem variado. The Watchers é um daqueles casos de banda nova – foi formada em 2016 – cujos integrantes já tem bastante tempo de estrada em outros grupos e cada um traz uma influência diferente para o novo esforço musical. O resultado é um álbum de rock and roll que absorve influências do stoner, do hard rock dos anos 1970 e mesmo do grunge, de uma maneira bastante fluida e competente.
The Watchers é uma banda com uma abordagem clássica em sua sonoridade, no sentido em que tudo aqui é centralizado na guitarra de Jeremy Von Epp e isso se prova uma excelente escolha, já que o cara sabe o que faz. Jeremy sabe criar bons riffs, ora agressivos, ora cativantes e encaixar os solos perfeitamente nas músicas de “Black Abyss”. Não que ele seja o único a ser mencionado aqui. Tim Narducci também faz um bom trabalho nos vocais, enquanto a cozinha formada por Cornbread e Carter é discreta e eficiente na medida certa.
Como dito no segundo parágrafo deste texto, a principal característica do trabalho do The Watchers é a variedade. Há ecos de Black Sabbath na faixa título, reminiscências de um Soundgarden em começo de carreira em “Alien Lust”, hard rock mais direto em “Buzzard”, algo de Alice in Chains na forma como Tim canta “Starfire” e assim a coisa vai até “Seven Tenets”, que fecha o álbum. Influências de Rainbow também podem ser percebidas aqui e ali.
Lançado por aqui pela Hellion Records neste segundo semestre, “Black Abyss” é uma boa opção para aqueles que curtem um rock and roll bem feito, bem tocado, honesto e com uma boa mescla de clássico e moderno.
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