Resenha: “Berserker” – Amon Amarth

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo Monteiro para o Rock Master!

Já tem bastante tempo que os suecos do Amon Amarth se estabeleceram como uma das maiores bandas do dito technical death metal mundial, ainda que muitos insistam em considerá-los um grupo de viking metal devido à temática de suas letras. O que é um ponto válido, haja vista o fato de estarmos falando de uma banda com trinta anos de carreira e 11 álbuns de estúdio (contando com o objeto desta resenha) explorando os feitos e as lendas dos Vikings.

Berserker”, seu 11º álbum, lançado por aqui recentemente pelos nossos parceiros da Hellion Records, não foge ao tema, na medida em que o título do trabalho faz referência aos lendários guerreiros vinkings que partiam para a batalha sem preocupações com o seu bem estar, muitas vezes sob o efeito de narcóticos. E as letras, como sempre, giram em torno dos feitos e lendas características dos povos do norte.

A falta de preocupações do lendário berserker não é algo que reflete no novo trabalho do quinteto liderado pelo vocalista Johan Hegg e que conta ainda com a dupla de guitarristas Olavi Mikkonen e Johan Söderberg, o baixista Ted Lundström e o baterista Jocke Wallgren, que aqui faz a sua estreia em estúdio. Tudo em “Berserker” é feito com o cuidado típico que o Amon Amarth vem tomando em praticamente todos os seus álbuns desde o divisor de águas “With Oden on Our Side”. O que vemos aqui é uma produção limpa, onde todos os instrumentos são ouvidos adequadamente e não há qualquer tipo de atropelo. O Amon Amarth também não corre grandes riscos em seu novo álbum, apresentando aos fãs aquilo que eles esperam da banda, com apenas algumas experimentações aqui e ali, especialmente nas introduções de “Fafner’s Gold”, “Ironside” e “Into the Dark”.

Berserker” tem 12 faixas e é uma sucessão de “pauladas” com poucos momentos de descanso. Músicas como “Crack the Sky” e “Shield Wall” são daquelas cujos refrões foram planejados para serem grudentos e entoados a todo o volume nos shows da banda. Candidatos fortíssimos a se tornarem futuros clássicos da banda ao lado de “Mjölner, Hammer of Thor”, enquanto que “The Berserker at Stamford Bridge” traz um ritmo mais cadenciado e “When Once Again We Can Set Our Sails” traz um quê de Iron Maiden no trabalho das guitarras.

Em resumo, em “Berserker” o Amon Amarth segue a fórmula que tornou a banda um dos maiores nomes na cena, correndo riscos mínimos. Se isso é um demérito, isso cabe a cada ouvinte decidir por si mesmo. O fato é que a banda crava mais um bom trabalho em uma carreira que tem sido consistente em trazer um bom trabalho atrás do outro. Não é à toa que em artigo recente a prestigiada revista Metal Hammer aventou a possibilidade dos suecos serem os sucessores naturais do Iron Maiden. Um exagero? Provavelmente. Mas é inegável que, dentro de sua proposta musical, o Amon Amarth se mostra merecedor de todos os elogios a eles dirigidos.

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