Dia 24 de dezembro. Uma véspera de Natal com o dia nublado, chuva, vento e relativamente frio. Nada melhor do que esse clima melancólico para falar de “The Door to Doom”, novo álbum do Candlemass, banda considerada por muitas como criadora de um estilo musical que combina muito com o clima que se apresenta lá fora em minha cidade natal enquanto digito estas linhas Para os desavisados, o Candlemass é o principal nome e um dos percursores do doom metal (ao lado de bandas como Trouble e Saint Vitus), um estilo musical caracterizado por guitarras “sujas” e um andamento cadenciado e lento – ainda que pesado – ideal para dias como o de hoje.
O Candlemass foi fundado em Estocolmo (Suécia) em 1984 por Leif Edling (baixo) e, dois anos depois, seu primeiro álbum “Epicus Doomicus Metallicus” se tornou um marco na indústria como o primeiro do gênero epic doom metal. A boa repercussão do álbum – ainda que suas vendas tenham sido baixas – fez o Candlemass produzir um trabalho novo por ano em 1987, 1988 e 1989. Dois anos depois do “Chapter VI” (1992), o grupo se separou; retornaram em 1997, se separaram novamente em 2002, apenas para voltarem em 2004 e, desde então, o Candlemass permanece ativo.
“The Door to Doom” é seu 12º álbum e conta com o retorno de Johan Längqvist, vocalista que gravou o álbum de estreia da banda em 1986 e voltou no ano passado, dessa vez – aparentemente – para ficar. Completam a formação da banda a dupla de guitarristas Mats “Mappe” Björkman e Lars Johansson e o baterista Jan Lindh.
O retorno de Johan fez bem ao Candlemass, que lança seu melhor trabalho desde “Death Magic Doom”, de 2009. Tudo bem que, de lá para cá, o único registro da banda, descontando EPs, trabalhos ao vivo e compilações, foi “Psalms for the Dead”, de 2012. Mesmo assim, não deixa de ser refrescante saber que um dos maiores nomes em um determinado estilo musical volta com bastante força fazendo música relevante.
Um dos grandes méritos de “The Door to Doom” é o fato do Candlemass ter construído um álbum totalmente focado na sonoridade clássica do doom, trazendo um peso “simples” e lento, sem ceder à tentação de adicionar elementos modernosos à sua música. Isso já traz, de cara, uma sensação de familiaridade que torna o trabalho dos caras bastante atrativo não só para fãs da banda em si, como para apreciadores de doom metal como um todo. Se não há muita variação na forma como Edling constrói suas composições, isso é um detalhe menor.
Uma peça típica de doom metal, ”The Door to Doom” é um álbum bastante homogêneo, trazendo destaques em “Splendor Demon Majesty”, “Bridge of the Blind”, “The Omega Circle” e “Atorolus – the Great Octopus”. Esta última, traz a participação especial de Tony Iommi (Black Sabbath) e está concorrendo ao Grammy 2020 na categoria de melhor música de heavy metal do ano.
”The Door to Doom” foi lançado por aqui através da Hellion Records e vale à pena figurar na coleção tanto de fãs do Candlemass como de doom metal em geral.
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