“Worship Flesh” da banda Lou Cyfer é mais um dos produtos da Cogumelo Remasters, da Cogumelo Records, série que visa retomar e homenagear a história do metal extremo produzido em Minas Gerais.
Como é de conhecimento público, o cena do metal extremo explodiu em Minas Gerais, especialmente em Belo Horizonte, entre a segunda metade dos anos 1980 e a primeira dos anos 1990, gerando tanto bandas que viriam a se consagrar fora do estado – e do país – como Sepultura, Sarcófago e Overdose, quanto aquelas cuja fama ficaria mais restrita à cena local. Esse é o caso do Lou Cyfer. O banda foi formada em 1987 e três anos depois, com Lou Cyfer (vocal/guitarra), Cenobyte (baixo) e Jack Napier (bateria), lançaram a demo “Land of Lust”, seguida de “Flesh Desires”, o split “What Is Your Pleasure?/Alcohol Rules”, ao lado do Cirrhosis e, finalmente, seu único álbum completo, com Anderson “Dead” Thomas substituindo Jack nas baquetas. Todo esse material saiu em 1991 e a versão remasterizada de “Worship Flesh” lançada pela Cogumelo traz o material do split como bônus.
É legal ver a dedicação da Cogumelo para retomar esse material clássico do metal mineiro. “Worship Flesh” vem em uma embalagem digipack trazendo fotos da banda e as letras de todas as músicas presentes tanto no álbum como no split. Tudo feito com bastante capricho e cuidado.
Se a embalagem é bem feita, o conteúdo também o é. O que o Lou Cyfer faz é a mistura de thrash/death/grindcore que predominava na cena local na época. Vocais guturais/gritados/ininteligíveis, bateria ora mais ritmica, ora na porrada, guitarra acelerada/marcante e um baixo bastante discreto, aparecendo em raras ocasiões, tudo isso em músicas que, no geral, não chegam na casa dos três minutos. São 16 músicas em cerca de 38 minutos de porrada quase incessante em uma produção bem “suja”, típica da época.
Em resumo, a versão remasterizada de “Worship Flesh” vale muito à pena de figurar na coleção daqueles fãs do metal extremo produzido no Brasil e, especialmente, nas Minas Gerais no período de tempo citado no primeiro parágrafo. Se o Lou Cyfer não trouxe nada de novo para o cenário, pelo menos faziam uma música bastante honesta, furiosa e incrivelmente pesada.
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