E eis que o Astral Doors, banda sueca adepta ao power metal fortemente calcado nos anos 1980, chega ao seu décimo primeiro álbum, “Worship or Die”, lançado por aqui no ano passado pela Hellion Records, mostrando que, se não está em seu auge, está perto disso.
Um dos grandes méritos do trabalho do Astral Doors é que a banda formada por Nils Patrik Johansson (vocais), Mats Gesar e Joachim Nordlund (guitarra), Ulf Lagerström (baixo), Joakim Roberg (teclados) e Johan Lindstedt (bateria) tem bastante consciência de seus pontos fortes e fracos e trabalha para dar destaque aos primeiros e suprimir os segundos. E fazem isso com bastante competência.
“Worship or Die” traz uma diferença em relação ao seu antecessor, “Black Eyed Children”, já que aqui a banda investe mais em composições com refrões mais “pegajosos” e riffs e solos mais cativantes, sem perder toda a força característica do power metal ao qual sempre foi adepta. Isso é algo que se percebe logo em “Night of the Hunter”, que abre os trabalhos. Ao longo de suas doze faixas, “Worship or Die” apresenta uma boa variedade de músicas onde o peso prevalece, ainda que a banda se permita a se aventurar por caminhos mais próximos ao hard rock, como em “Concrete Heart” ou na excelente “Desperado”. “St. Petersburg”, “Triumph and Superiority”, a power ballad “Light At The End Of The Tunnel” e “Forgive Me Father” são outros dos destaques individuais do álbum.
Falando da banda em si , o Astral Doors sabe muito bem que o grande trunfo de sua formação é o vocalista. Nils Patrik Johansson tem voz e estilo muito próximos àqueles de Ronnie James Dio e, com raras exceções (como é o caso em “Ride the Clouds”) a produção do álbum é feita de forma a dar um grande destaque ao trabalho do vocalista. Isso não quer dizer que os demais instrumentos soem abafados ou fora do tom, é tudo bem equilibrado, até porque a dupla Gesar e Nordlund também faz um trabalho bem legal, construindo riffs cativantes e solos bem encaixados. Mas é fato para qualquer fã do Astral Doors que o principal atrativo do grupo fica no trabalho de Johansson, que traz para o som da banda toda a teatralidade necessária para que suas músicas funcionem.
“Worship or Die” é, no fim das contas, mais um bom registro na carreira do Astral Doors. Uma banda que certamente merece um reconhecimento maior fora de seu continente natal.
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