Resenha: Live with The Plovdiv Psychotic Symphony – Sons of Apollo

Sempre que músicos gabaritados se unem para um novo projeto, a imprensa especializada lhes impinge o selo de supergrupo. Poucos fazem jus ao título. O Sons of Apollo faz parte desse seleto grupo. Formado pelo vocalista Jeff Scott Soto (Talisman, SOTO), o guitarrista Ron ‘Bumblefoot’ Thal (Ex-Guns N Roses, Asia), o baixista Billy Sheehan (Mr. Big, The Winery Dogs) o tecladista Derek Sherinian (ex-Dream Theater, Alice Cooper, Black Country Communion) e o baterista Mike Portnoy (Ex-Dream Theater, The Winery Dogs), a banda estreou em 2017 com ”Psychotic Symphony”, um dos melhores álbuns dos últimos tempos, com uma bela mescla do hard rock/prog rock que marcou a carreira de cada um dos membros individualmente em uma simbiose poucas vezes vista quando artistas de tamanha estatura trabalham junto.

Mesmo com apenas um trabalho lançado, o Sons of Apollo decidiu investir em um álbum ao vivo em um projeto bastante audacioso. Gravado em Plovdiv (Bulgária), em uma arena que data da época em que o Império Romano dominava a região e acompanhada da orquestra local, “Live with The Plovdiv Psychotic Symphony” é um item obrigatório (com o perdão do clichê) a todo aquele fã de rock progressivo ou mesmo de rock and roll em geral.

Lançado por aqui no ano passado pela Hellion Records, “Live with The Plovdiv Psychotic Symphony” é constituído de 3 CDs e um DVD trazendo uma versão ligeiramente mais curta do que é apresentado no material em áudio. São quase três horas de música em uma apresentação praticamente irrepreensível do Sons of Apollo.

No primeiro disco, a banda se dedica bastante ao seu álbum de estreia. “God of the Sun” abre o show e nesta primeira parte temos “apenas” os cinco integrantes do Sons of Apollo no palco, demonstrando toda a energia e técnica que lhes são peculiares. É difícil escolher apenas um dos membros a banda como destaque, mas, provavelmente, a performance de Soto vai surpreender aqueles que são pouco familiarizados com o seu trabalho. Ele rouba a cena em seu momento solo e na forma como interage com o público. Além destas duas passagens, vale à pena destacar a versão pesada para “Just let Me Breath” do Dream Theater, “Lost in Oblivion”, o solo de Billy e a longa “Opus Maximus”, sem contar a performance de Bumblefoot durante a execução do tema da Pantera Cor-De-Rosa.

A segunda parte do show vê o álbum de estreia do Sons of Apollo deixado de lado, com apenas “Labyrinth” e “Coming Home”, que fecha os trabalhos, presentes. Com a presença da orquestra de Plovdiv, o Sons of Apollo se dedica a dar sua versão para músicas de bandas e artistas como Led Zeppelin, Queen, Pink Floyd, Aerosmith e Rainbow, além de Dream Theater. Aqui podemos destacar o solo de Sherinian e as acrobacias que consegue fazer com seu teclado, “Confortably Numb”, onde Portnoy assume os vocais, “Lines in the Sand”, “Diary of a Madman”, com uma performance de Bumblefoot que deixaria o falecido Randy Rhoades orgulhoso e “Dream On”. Esse segundo momento é dividido entre os dois últimos discos, sendo que o terceiro tem apenas três músicas, sendo uma delas o solo de Bumblefoot.

Uma performance praticamente perfeita é o que o Sons of Apollo apresenta em seu primeiro lançamento ao vivo. A banda e suas gravadoras também se preocuparam em refletir a qualidade do interior do produto em sua embalagem,  que é em digipack, produzida cuidadosamente e um atrativo extra para se adquirir esse material em seu formato físico, e não apenas o digital, já que vai ficar muito bonito na estante.

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