Depois de seis anos do lançamento de “Rock Errado”, seu álbum mais bem recebido até então, eis que os mineiros do Seu Juvenal – Bruno Bastos (vocal), Edson Zacca (guitarra), Fabiano Minimim (baixo) e Renato Zaca (bateria) – soltaram no mercado seu mais novo trabalho, “Brincando com Ódio“. Um álbum bastante “orgânico”, por falta de termo melhor, e que, em sua maior parte, vai direto ao ponto.
“Brincando com Ódio” foi gravado no esquema ao vivo em estúdio, ou seja, com todos os membros da banda tocando seus instrumentos como se faz em um show e não cada instrumento sendo tocado e registrado separadamente, para só então serem mixados em conjunto, como é o usual em processos de gravação de álbuns em estúdio. Isso traz uma naturalidade bem interessante e apreciada ao trabalho, pois mostra toda a energia da banda sem muitas das adições ou subtrações comuns quando um álbum é gravado da maneira tradicional.
Para uma banda como o Seu Juvenal, isso faz muito bem, já que os mineiros tem uma sonoridade bastante crua e direta, calcada tanto no rock dos anos 1980 praticado por aqui, como no punk rock consagrado lá fora, trazendo ainda outros elementos para o seu som. As letras em português, em sua grande maioria abordando questões sociais atuais, incluindo a situação política do país, combinam bastante com a proposta sonora apresentada e deve agradar bastante fãs desse tipo de trabalho autoral. Uma das exceções a essa regra é “Montanhas”, com uma sonoridade mais acessível, ainda que a letra não deixe de ser uma crítica à corporações que exploram os recursos naturais que elas abrigam. Outros destaques do trabalho são “Chamem as Crianças para Brincar”, “Depois do Ódio” e a curtíssima “Hino Nacional”.
Como vinte seis minutos divididos em nove faixas, “Brincando com Ódio” é mais um bom trabalho do Seu Juvenal e vale muito à pena ser conferido tanto por fãs quanto por aqueles que ainda não conhecem o trabalho da banda. Disponível para audição nas plataformas de streaming, no site oficial da banda, o álbum também teve um lançamento físico para aqueles (poucos) de nós que ainda fazem questão de escutar música dessa forma.
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