Resenha: “Barren…” – Warshipper

Eis que dois anos depois de seu último trabalho “Black sun” (descontando o single “Atheist”, de 2019), os paulistas do Warshipper soltaram no mercado seu terceiro álbum, “Barren…” e é seguro dizer que ele figurará em boa parte das listas compilando os melhores discos do ano tamanha a qualidade do som do quarteto formado por Renan Roveran (vocal/guitarra), Rafael Oliveira (guitarra), Rodolfo Nekathor (baixo/vocal) e Roger Costa (bateria).

“Barren…” é um dos álbuns mais pesados e inventivos – para não usar o desgastado “ousados” – lançados no mercado nacional nos últimos anos. Em seu novo trabalho, o Warshipper investe não só no seu death metal característico, mas também se aproveita de influências do thrash e mesmo do progressivo e do rock produzido nos anos 1970 e reciclado ultimamente por bandas como o Night. “Barren…” tem partes introspectivas que logo são substituídas pela velocidade, daí se tornam opressivas apenas para desaguarem em trechos melódicos, tudo isso sem nunca abandonar a brutalidade característica do death metal, trazendo uma energia agressiva absurda e, ainda assim, muito bem colocada.

Apesar de toda essa variação, “Barren…” é um álbum bastante homogêneo no que diz respeito à qualidade apresentada por todas as suas faixas. O petardo começa com “Barren black”, uma porrada de respeito. A ela se sucede “Axiom”, onde o Warshipper incorpora influências do southern e, levemente, do country, com um resultado muito bom. “Respect!“, um dos destaques individuais do álbum, traz a participação especial de Fernanda Lyra (Cripta, ex-Nervosa), e a simbiose do vocal dela com o de Renan faz parecer que os dois sempre dividiram as vozes na mesma banda.

Influências do thrash do Pantera podem ser sentidos em “Anagrams of Sorrow”, que faz as vezes de balada em “Barren…”, enquanto que “Compulsive Trip” traz as supracitadas influências progressistas/setentistas e mesmo do avant gard. “Knowing just as I (detachment)” fecha os trabalhos com – perdoem o clichê – chave de ouro, em uma faixa que beira os 10 minutos e meio que faz um resumão de tudo o que foi escutado anteriormente.

Como dito no parágrafo que abre este texto, “Barren…” é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores álbuns de metal extremo lançado neste ano. Vale muito a pena conferir esse trabalho de uma das bandas que tem tudo para se destacar no cenário do metal extremo mundial.

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