Kiko Shred já é um nome relativamente conhecido no underground da dita “música pesada”. Afinal, o guitarrista já tocou com músicos de renome internacional, tais quais Tim
“Ripper” Owens, Udo Dirkschneider, Andre Matos, Doogie White, Michael Vescera, Leather
Leone e Blaze Bayley. Além de servir de músico de apoio para esses grandes nomes, Kiko vem construindo uma carreira solo sólida e, em 2021, lançou seu novo trabalho, “Rebellion”.
Tendo a companhia do baterista Lucas Taliari, com quem trabalha desde sua estreia, “Riding the storm” (2015), do baixista Will Costa, que está presente na formação da banda desde “The stride” (2018) e da nova aquisição, o vocalista Edu Galdin, Kiko entrega um álbum redondinho. Adepto do estilo de metal neo-clássico e do hard rock de guitarristas virtuosos como Yngwie Malmsteen e Axel Rudi Pell, Kiko aproveita as dez faixas de “Rebellion” para mostrar toda a sua técnica e precisão. No entanto, diferente do que sua formação pode fazer parecer para alguns, Kiko não é do tipo de guitarrista que adere à fritação apenas pela fritação. Mesmo tendo sua guitarra em destaque, Kiko trabalha suas composições para que ela seja mais um elemento que adicione qualidade às músicas, dando muito espaço para que os demais membros – especialmente o vocal – se destaquem. Isso se comprova justamente pelo fato de apenas três das dez músicas de “Rebellion” serem instrumentais. E uma delas, “Intro”, que abre os trabalhos, é tão curta que poderia quase ser desconsiderada.
Em “Rebellion” Kiko e companhia conseguem misturar o metal neo-clássico, o hard rock e mesmo o power metal, de maneira homogênea, fazendo com que o álbum não tenha nenhuma música que pareça sobra de estúdio ou que está ali apenas por estar. Kiko consegue trabalhar seus riffs e solos de forma a colaborarem para que as músicas soem mais atraentes e sua guitarra, em nenhum momento, parece atropelar o trabalho de Edu.
A atenção às harmonias vocais e aos refrãos são outra prova de que Kiko sabe utilizar bem as características do gênero musical pelo qual se aventura. Músicas como “Mirror”, “Rainbow after storm”, “Thorn across my heart” (onde os vocais ficam a cargo de Doogie White) e “Honour to the fallen brothers” tem aquele tipo de refrão que gruda na cabeça após poucas audições. Já quando parte para assumir totalmente os holofotes nas instrumentais “Mors non separabit” e “Voodoo queen”, Kiko apresenta melodias e solos atraentes, onde todas as suas influências são expostas e reverenciadas.
Pode se dizer, em resumo, que “Rebellion”, apesar de não reinventar a roda nem trazer quaisquer inovações para o metal neo-clássico, é um grande álbum dentro do estilo. Kiko Shred e companhia conseguiram criar um trabalho excepcional dentro de um estilo onde é difícil se destacar, mas, graças à sua competência, superaram esse desafio com louvor.
“Rebellion” foi lançado em formato físico através da gravadora Heavy Metal Rocks.
Agradecimentos: Som do Darma.
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