Formada em Santos, em 1981 e parte do movimento que revelou grandes nomes do metal extremo brasileiro na década de 1980, como Sepultura, Sarcófago e Overdose, dentre outros, o Vulcano lançou seu primeiro álbum, “Bloody Vengeance”, em 1986. No ano seguinte foi a vez de “Anthrophofagy” e, em 1988, este “Who are the true?“, que a Cogumelo Records relançou neste ano. Já há algum tempo a gravadora mineira anda relançando algumas peças de seu vasto catálogo, reascendendo o interesse por bandas dos anos 1980 que, mesmo fazendo história e marcando época, não conseguiram alcançar patamares mais altos e acabaram por desaparecer nas sombras do underground.
Na época de “Who are the true?” o Vulcano era formado por Angel (vocais), Rafael e Zhema (guitarras), Levine (baixo) e Arthur (bateria). O que a banda faz aqui é um thrash metal que, apesar de manter alguns elementos do death, se afasta um pouco do que fora apresentado nos dois prmeiros álbuns. “Who are the true?” traz toda a agressividade do metal extremo da época, em uma produção “suja” que também era típica de então e casa com a proposta da banda.
“Who are the true?” é um álbum meio difícil de agradar no primeiro momento. Não é daquele tipo que tem uma ou duas faixas que se destacam de cara e pegam o ouvinte de primeira. No entanto, quanto mais se escuta o petardo, mais se percebe suas qualidades. Como diversos esforços do mesmo gênero, a faixa de abertura de “Who are the true?”, “The next” dá uma ideia do que escutaremos em todo ele: um thrash metal pesado, com algumas variações mid-tempo, vocal agressivo e solos de guitarra totalmente old school. Alguns empolgantes, outros nem tanto, mas todos bem encaixados.
A única música que foge um pouco à essa fórmula é “Do you remember” com corais um tanto quanto estranhos. No mais, “Who are the true?” mostra um trabalho bem homogêneo, o que torna difícil selecionar destaques individuais. “The next”, “Never more” e “Hercobulus”, que fecha os trabalhos – e é a mais longa do álbum – no entanto, resumem bem o que o Vulcano apresenta em “Who are the true?”. Em pouco mais de 30 minutos, a banda vem e dá seu recado em oito músicas que, se não trazem nada de novo ao metal extremo brasileiro da época, também não pode ser desprezado.
Mesmo não sendo nada inovador, “Who are the true?” mostra uma banda comprometida com o metal extremo e tem lugar na coleção de qualquer headbanger fã do gênero.
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