O Scrupulous foi formado em Itabuna, Bahia, em 1992. Naquele mesmo ano, a banda lançou a demo “Souls In Agony” , que foi seguida por “Shadows Of Pain” em 1993 e da participação na coletânea “Death Or Glory 2”, lançada pela Heavy Metal Rocks em 1996. Depois disso, não mais se ouviu falar na banda.
Isso até 2019, quando o trio formado por Crispim “Skullcrusher” Jr (vocais), Arthur “Azagthothinho” Mozart (guitarra, baixo) e Fabiano “Hammerhand” Souza (bateria) entraram em estúdio e, dois anos depois, saíram de lá com seu primeiro trabalho, “Ostia and Genocide”, um álbum que mostra que o Scrupulous não foge de suas referências ao praticar o bom e velho death metal que se tornava popular (por falta de uma definição melhor) no começo dos anos 1990. Atualmente o Scrupulous é um quarteto, com Yago Carvallho assumindo o baixo.
Com o apoio da Heavy Metal Rocks, que é responsável por essa estreia do Scrupulous, “Ostia and Genocide” contou com a participação de Leandro Kastiphas nos teclados e do vocalista Eduardo Slayer na faixa “Dark Womb”, um dos destaques do álbum por seu andamento arrastado e ótimo trabalho de Leandro, criando uma ambientação perfeita para ela. Nas demais nove faixas, o que se ouve é um death metal técnico e raivoso com bons riffs de guitarra, solos bem encaixados, um trabalho absurdo de Fabiano nas baquetas e Crispim abusando dos gritos e grunhidos, além da adição de elementos não-extremos mas, ainda assim, pesados. Há uma passagem em “Souls Cut to Brunoise” que lembra muito o Metallica da fase “… And Justice for All” e outras onde se ouve ecos de Sarcófago, Sepultura e afins. Ou seja o Scrupulous não faz nada muito diferente da fórmula que tornou o death metal um dos subgêneros mais férteis dentro do cenário da música extrema. Mas o faz com uma competência que deve pouco em relação aos nomes consagrados no estilo. Ouça com atenção faixas como “Causing the Rascal to Fury”, “There’s an Emptiness That Weights on My Shoulders” e “In the Crow’s Beak”, que fecha os trabalhos e entenderá exatamente o que quero dizer aqui.
Com uma proposta bem definida e sem querer reinventar a roda, o Scrupulous apresenta um trabalho de estreia sólido, bastante homogêneo e que mostra que o hiato de 23 anos fez muito bem à banda, cujo álbum físico pode ser adquirido no site da Heavy Metal Rocks. Gravadora e banda fizeram um trabalho legal no encarte que traz traduções para todas a letras em inglês, além de um mini poster de seus integrantes. A banda também produziu um vídeo para a faixa de abertura do álbum, “Lus Divinum Schizo / Crown Rubble” que está disponível no canal da HMR no Youtube. Vale à pena fãs de death metal old school darem uma chance à pancadaria apresentada por esses baianos.
Agradecimento: Som do Darma
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