Resenha: “The Laws of Scourge” – Sarcófago

Dois anos depois de “Rotting“, lançado em 1989, os belorizontinos do Sarcófago voltaram à cena com “The Laws of Scourge”. Agora um quarteto formado por Wagner Lamounier (vocal, guitarra), Fábio Jhasko (guitarra), Gerald Minelli (baixo) e Lúcio Olliver (bateria), em seu terceiro esforço a banda começou a trilhar caminhos um pouco diferentes daquele de então. Se no seminal “I.N.R.I” (1987) o Sarcófago praticava um black metal raiz (por falta de um termo melhor) e em “Rotting” houvesse uma predominância do thrash/death metal oitentista, aqui a banda abre um pouco mais seu leque.

“The Laws of Scourge” traz não só elementos de thrash, black e death, mas também observamos aqui influências do doom e mesmo do heavy metal tradicional. Pode-se de dizer que “The Laws of Scourge” é um dos primeiros álbums do que, anos depois, seria conhecido como technical death metal. Pelo menos no que diz respeito ao trabalho das guitarras, a adição de Fábio fez muito bem à banda.

 

Outra característica marcante de “The Laws of Scourge” é que ele é, até então, o trabalho mais variado do Sarcófago, já que a banda passa de músicas mais pesadas, rápidas e quase selvagens, para aquelas tocadas em mid-tempo de forma bastante natural. Poucas bandas até hoje conseguem realizar tal proeza sem deixar a bola cair. Não é o caso aqui. Mesmo com essas vriações, “The Laws of Scourge” é um esforço sólido, desde a faixa título, que abre os trabalhos, até a derraderia “Crush, Kill, Destroy”.

Músicas como “Midnight Queen”, “Screeches from Silence”, “Little Julie” e as supracitadas “Laws of Scourge” e “Crush, Kill, Destroy” são belos exemplos da variedade e qualidade do trabalho do Sarcófago em seu terceiro álbum. Ele merecia um tratamento especial e conseguiu isso nesse relançamento da Cogumelo Records, que apresenta o álbum à uma nova geração de headbangers em formato slipcase e com um pôster de dupla face: de um lado, a capa do álbum – um clássico dentro do gênero – e, do outro, uma foto promocional da banda.

Vale muito à pena ter esse relançamento de uma das mais seminais bandas do metal extremo brasileiro em seu formato físico. Altamente recomendável tanto para fãs antigos do que de melhor o metal de Belo Horizonte produziu, como para aqueles que tem curiosidade de conhecer mais sobre a razão da capital mineira ser tão reconhecida pela qualidade das bandas de heavy metal que produz.

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