Resenha: “Through Infinite Dimensions” – Aetherea

Existindo em estado latente até que se consolidou como banda em 2016, demorou ainda quatro anos para o Aetherea (banda de São Paulo) lançar seu primeiro trabalho, o EP “Look Into my Eyes“. O álbum completo, no entanto, veio logo. Em 2021 a banda liderada pelo guitarrista Fábio Matos, e que também contava com a vocalista Jéssica Sirius, o tecladista Rodrigo Mello, a baixista Vicki Marinho e o baterista Paulo Lima soltou no mercado “Through Infinite Dimensions”, um trabalho que mostra, novamente, que o Brasil é bastante prolífico em qualquer estilo de heavy metal. (Antes de continuar, um parêntese: desde a gravação do álbum, Vicki deixou a banda e atualmente o cargo cabe à Leandro Kbz).


Lançado digitalmente no Spotify, Deezer, iTunes, Amazon, e Youtube e em formato físico pela Metal Records, “Through Infinite Dimensions” é um belo trabalho de estreia, especialmente para aqueles fãs de bandas como Nightwish e Epica, já que o Aetherea bebe da mesma fonte de inspiração das duas, fazendo um symphonic metal recheado de influências de powerprog, ainda que Jéssica opte por linhas vocais mais convencionais, passando relativamente longe do que Tarja, Floor (Nightwish) e Simone (Epica) fazem.

Diferenças à parte, o Aetherea segue a fórmula consagrada do symphonic metal e alterna músicas mais rápidas e pesadas como “Weekend Prophets”, com baladas (“Dance of the Night”, “Faceless Face”) e aquelas mais cadenciadas a exemplo de “Face the Lies” e “Those Eyes” de maneira bem competente. São 12 faixas onde a banda não se desvia do estilo e, se não traz inovações, transita bem dentro dele. Todos os membros se mostram versáteis e com bom domínio de seus instrumentos e, à exceção do baixo, sempre discreto – mas imprescindível – todos os demais tem momentos de destaque aqui ou ali. Em se tratando de symphonic metal, é óbvio que, em termos instrumentais, a responsabilidade maior cai nas costas do guitarrista e do tecladista e a dupla aqui se mostra à altura do trabalho. Rodrigo, que também faz os vocais guturais, cria as atmosferas e os acompanhamentos ideais para cada faixa, enquanto que Fábio se mostra ora virtuoso, ora discreto, entregando o que cada música pede para soar bem dentro da proposta da banda. O que torna a sonoridade do Aetherea algo muito legal de se escutar.

Uma grande estreia de uma banda que tem tudo para traçar um bom caminho dentro do estilo musical no qual decidiu se aventurar. O symphonic metal pode estar meio saturado – algum estilo de heavy metal não está? – mas o Aetherea tem tudo para sair de multidão e se destacar nesse cenário.

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