Próximo de completar 66 anos, o vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson não parece ser capaz de fazer coisas que uma pessoa “normal”, da sua idade, faria. Afinal, enquanto os demais membros do Maiden desfrutam de um merecido descanso entre turnês, o sexagenário hiperativo embarcou em outro projeto, com o lançamento de “The Mandrake Project”, seu primeiro trabalho solo desde 2005. Como o próprio nome sugere, “The Mandrake Project” é um projeto multimídia que envolve o álbum, uma revista em quadrinhos e demais derivados. E é claro que, após o lançamento do álbum, o vocalista hiperativo embarcou em uma turnê para divulgá-lo.
Quem conhece a carreira de Bruce Dickinson ou já assistiu a pelo menos uma apresentação do Iron Maiden já sabia o que esperar do sujeito. Acompanhado de uma boa banda de apoio formada por Philip Naslund e Chris Declerq (guitarra), Tanya O’Callaghan (baixo), Dave Moreno (bateria) e Mistheria (teclados), Bruce mostrou ao público do Arena Hall toda aquela energia que lhe é característica em um show que, após as introduções de sempre, começou efetivamente com “Accident of Birth”, uma das músicas mais conhecidas do baixinho. Daí em diante houve um bom equilíbrio no setlist, cobrindo quase todas as fases de sua carreira solo. Com sete álbuns solo na carreira, não foi difícil para Bruce montar um show bem diversificado e empolgante.
Houve até espaço para uma faixa cover, mas, diferente de pessoas menos agitadas, Bruce não recorreu ao vasto catálogo do Iron Maiden para isso. Não, senhor. O cover escolhido para a turnê foi a instrumental “Frankenstein”, de The Edgar Winter Group. E, novamente, diferente de muitos vocalistas do ramo, Bruce não se contentaria a ir para os bastidores descansar enquanto dava um destaque merecido para seus músicos de apoio. Não mesmo. Ele saiu da frente do palco, mas foi tocar primeiro bateria e depois teremim enquanto dava um bom descanso para a sua voz que, aliás, continua potente como sempre. Sendo um dos grandes mestres do entretenimento atual, Bruce aproveitou cada momento possível entre as músicas para conversar e interagir com o público, algo que domina como poucos.
Tendo como ponto alto a faixa “Tears of the Dragon”, o setlist foi bem balanceado e parece ter agradado bastante o público presente no Arena Hall. E ao próprio Bruce que, após essa turnê solo, logo embarca em mais uma com o Maiden. Dessa, infelizmente, Belo Horizonte ficou de fora.
Veja a nossa galeria do show nas fotos captadas pelas lentes de Alexandre Guzanshe.
Agradecimento: Bicalho Comunicação.