Sempre que a imprensa especializada anuncia que surgiu um novo “supergrupo” na cena do rock ou do heavy metal fico com um pé atrás. Afinal, como quase tudo ultimamente, este é um termo que se tornou bastante banalizado. Juntem quatro ou cinco músicos de bandas diferentes em um projeto e – BAM! – lá vem a taxa de “supergrupo”. Não só isso. Muitas vezes o termo, que promete qualidade, só serve para chamar a atenção, porque o trabalho do tal “supergrupo” não tem nada de super.
Felizmente, esse não é o caso do Whom Gods Destroy. O “supergrupo” capitaneado pelo guitarrista Ron ‘Bumblefoot’ Thal (Guns N Roses, Sons of Apollo), e pelo tecladista Derek Sherinian (Dream Theater, Sons of Apollo) e que conta ainda com Dino Jelusic (vocal), Yas Nomura (The Resonance Project, baixo) e Bruno Valverde (Angra, bateria) faz jus à alcunha em seu álbum de estreia, “Insanium”.
O Whom Gods Destroy consegui fazer um álbum de heavy metal tradicional com bastante influência de power e prog, mantendo uma bela consistência entre peso e melodia, além de saber exatamente onde encaixar as músicas, alternando as mais pesadas com as mais cadenciadas/lentas, tornando a audição do álbum uma experiência bastante agradável. Não só isso, mas todas as composições, sem exceção, estão um degrau acima do que estamos acostumados a ouvir em trabalhos de estreia desse tipo de projeto. Parece que, no Whom Gods Destroy, egos foram deixados de lado em prol de se produzir o melhor trabalho possível. E o quinteto conseguiu. Basta escutar músicas como “In the Name of War”, que abre os trabalhos, “Crawl”, a tremenda balada “Find My Way Back”, “Keeper of the Gates” e “Insanium”, que fecha a bolachinha de nove faixas para comprovar o que é dito.
Outra coisa interessante de se notar é que, apesar da responsabilidade maior sobre os trabalhos aqui aparentemente cair mais em cima dos ombros do trio Thal-Sherinian-Valverde, pelo fato de serem os membros mais renomados do projeto, o grande destaque do álbum é Dino Jelusic. É impressionante a versatilidade do cantor croata cujo timbre, em muitos momentos lembra Nils Patrik Johansson (Astral Doors), conseguindo ir do agressivo ao suave, cantando com calma e fúria com a mesma competência ao longo de todo o álbum. Não é à toa que ele vem se destacando como uma das mais promissoras vozes do rock/metal atualmente.
Lançado por aqui por nossa parceira Hellion Records em uma embalagem slipcase caprichada, “Insanium” é um belo álbum de estreia e, arrisco dizer, candidato a estar presente em muitas listas dos “melhores do ano” que infestam a internet entre dezembro e janeiro. Vale muito a pena.
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