(Foto: Prime Rock Brasil/Divulgação)
E BH recebeu mais uma edição do Prime Rock Brasil. Casa lotada e organização quase perfeita. Foram sete grandes shows, uns mais cravados, outros nem tanto, além de Lobão, que mais uma vez esteve na capital mineira e agitou o camarote Secreto. Normalmente, poderia começar o texto com a ordem cronológica dos fatos. Mas aí não seria justo.
Duas bandas merecem o destaque inicial: Paralamas do Sucesso e Blitz!
Há quase 40 anos segurando o estandarte de maior banda do Brasil, Hebert, Bi e Barone mais uma vez mostraram porque estão no topo. Eles demonstram entender perfeitamente como fazer o setlist de um show de festival.
Em pouco mais de uma hora, os três desfilaram hits e mais hits, emendados, para cima, vibrantes. E com a competência costumeira. E abriram com a introdução de um dos maiores clássicos do rock mundial, um hino da banda inglesa The Who. Baba O’Riley já mostrava o caminho que viria.
E ele veio… Vital e Sua Moto, Cinema Mudo, Ska, Lourinha Bombril abriram a festa, colocando todo mundo para dançar. Na reta final, nada menos que Alagados, Uma Brasileira, Óculos e Meu Erro. E olha que ainda faltaram vários sucessos desse trio que é como o vinho, só melhora a cada ano.
“Em cima dessas rodas também bate um coração”, terminou Hebert, parafraseando uma das mais clássicas letras do rock nacional, Óculos. Que honra, que prazer e que privilégio ainda ver os Paralamas em plena atividade, cada ano melhores.
Seguimos, e já partindo para o final do evento, chega a trupe de Evandro, a Blitz! Com seu espetáculo quase circense, à la Asdrúbal Trouxe o Trombone, a banda carioca, pioneira do rock nacional, também mostrou a que veio, e de forma muito clara!
O carisma de Evandro Mesquita segue em alta, como sempre. Ele brinca, canta, faz piada, ‘conversa’ com a plateia… E ainda puxa a brasa para sua sardinha, ‘alterando’ a letra de País Tropical, clássico de Jorge Ben Jor: ‘Sou Flu Flu’, canta ele, ao invés do tradicional Fla. E vale destacar que o vocalista não abandona seu amor pelo tricolor das Laranjeiras nem nesse momento, com o clube na lanterna do Campeonato Brasileiro.
Há cerca de sete anos com a mesma formação, o entrosamento já é fácil. Além de Evandro, o tecladista Billy Forghieri, que também é ‘das antigas’, além de Juba, baterista clássico do rock nacional, que assumiu o posto de Lobão, ainda nos anos 80, a banda tem Rogério Meanda, músico dos mais conceituadas no rock nacional, tendo gravado e produzido grandes nomes, na guitarra, a excelente baixista Alana Alberg, e as backing vocals Andréa Coutinho e Nicole Cyrne, que dão o tchan de sempre nas músicas.
De Weekend, passando por Betty Frígida, A Dois Passos do Paraíso, Biquini de Bolinha Amarelinha, fechando com Você Não Soube Me Amar e Egotrip.
A Blitz é um patrimônio nacional. A banda carioca abriu as portas para o rock nacional, ainda nos idos de 1981. E depois de milhares de shows, ainda tem a mesma energia juvenil, que marcou (e marca) a turma no palco, e encanta sempre.
Por falar em Lobão, que também esteve por lá, ele viveu uma experiência diferente da habitual. Sua apresentação, que não foi no palco principal, mas no Camarote Secreto, foi dividida em três partes. As duas primeiras empolgaram pouco, mas na terceira, vieram os clássicos e a empolgação da plateia.
Voltando lá para o início, coube ao ex-Titã Nando Reis abrir os trabalhos. Com o público ainda ‘esquentando’, muitas de suas músicas fizeram a turma cantar, mas ainda em ritmo lento.
Na sequência, Edgard Scandurra e Nasi tentaram mandar seus clássicos, mas com um volume sonoro abaixo do esperado, acabaram prejudicados. Eles foram de Gritos na Multidão e Dias de Luta, passando por Flores em Você, e fechando com Envelheço na Cidade e Núcleo Base. Uma verdadeira aula de rock brasileiro, mas com dificuldades sonoras.
Humberto Gessinger, que subiu ao palco à seguir, chegou a empolgar em alguns momentos. Mas sem O Papa é Pop, sem A Revolta dos Dândis, e sem o hino Infinita Highway, o show ficou manco. Enfim, Humberto, que obviamente é Engenheiros, não parece querer revisitar algumas das antigas. Eu Que Não Amo Você, Refrão de Bolero, Toda Forma de Poder marcaram presença, mas foi pouco.
Dado e Bonfá seguem mostrando os clássicos da Legião, com o carisma e a competência do ator e cantor André Frateschi à frente. E não faltou gente cantando Há Tempos, Meninos e Meninas e os principais hits daquela que foi uma das maiores do rock nacional.
E fechando, os três monstros que seguram o nome dos Titãs ainda vivo. Sérgio Britto, Tony Belloto e Branco Mello deram mais uma aula da boa e velha new wave. Eles ainda mandam muito, mesmo com a formação bastante alterada. Estão lá Desordem, Tô cansado, Cabeça Dinossauro, e, claro, Flores, Homem Primata e por aí vai. Vida longa aos Titãs!
Uma questão bastante reclamada no evento, o acesso à área dos banheiros. Durante os shows, com as atenções voltadas para o palco, tudo normal. Mas entra uma apresentação e outra, o uníco (e pequeno) acesso se tornava uma confusão de entra e sai, quase sem movimento.
O Rock Master agradece à Vianello Assessoria, que proporcionou mais uma cobertura.
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