Há 17 anos o Symphony X não se apresentava em Belo Horizonte. Há dez, o quinteto formado por Russel Allen (vocal), Michael Romeo (guitarra), Michael Pinnella (teclados), Michael LePond (baixo) e Jason Rullo (bateria) não lança material novo. Esses hiatos, no entanto, parecem ter sido deixados de lado pelo público que compareceu em bom número (ainda que não tenha lotado) o Mister Rock na última sexta-feira.
A responsabilidade de abrir os trabalhos coube a Luiz Toffoli. Com um álbum na carreira, um novo a caminho e um DVD recentemente gravado em Curitiba, o guitarrista investe em um prog metal com todos os elementos que se fazem presentes no gênero. Em pouco menos de uma hora de apresentação, Luiz apresentou um bom setlist, trazendo tanto músicas de seu debut, “Enigma Garden” como pelo menos uma faixa composta para seu segundo trabalho em estúdio. Com uma boa banda de apoio e um vocalista carismático, Luiz Toffoli mostrou um belo cartão de visitas para aqueles que desconheciam seu trabalho e deixou o público bem preparado para o que viria a seguir.
Mesmo estando há anos sem produzir material novo, o Symphony X tem mais de três décadas de carreira. A banda mantém a mesma formação desde 1999 e toda essa experiência se mostra antes mesmo do quinteto entrar no palco, na escolha do seu setlist, que abrangeu quase toda a sua carreira composta de nove álbuns em estúdio. Poucas bandas têm a possibilidade de começar uma apresentação com uma de suas músicas mais longas e o Symphony X é uma delas, pois abriu os trabalhos da noite com “Iconoclast”, faixa presente no álbum homônimo e que passa dos 10 minutos de duração. Mesmo sendo tão longa, ou talvez por causa disso, a música foi bem recebida pelo público presente.
Daí em diante, o Symphony X desfilou diversas de suas melhores músicas, tais quais “Nevermore”, “Without You”, “Evolution (The Grand Design)” e “Run with the Devil”, dentre outras. Russel Allen usou e abusou de seu carisma em cima do palco, aproveitando todos os momentos possíveis para envolver o público em suas músicas e, nas pausas entre elas, conversando bastante com os presentes, se mostrando mesmo emocionado em alguns momentos perante a reação de todos à sua presença ali. Michael Romeo é outro que merece destaque, esmerilhando sua guitarra, mostrando bastante virtuosismo e técnica como se nada daquilo exigisse qualquer esforço de sua parte. Os demais membros da banda, ainda que mais discretos, fizeram bem sua parte.
Outra boa atitude do Symphony X foi fazer algumas modificações em seu setlist em relação aos shows anteriores. A primeira parte dos shows da turnê norte-americana terminava com “Sea of Lies” e “Dehumanized” estava presente no setlist. No show de Belo Horizonte, que iniciou a passagem da banda pelo Brasil, “Set the World on Fire (The Lie of Lies)” foi a responsável por fechar a primeira parte da apresentação da banda que, minutos depois, retornaria ao palco com “Paradise Lost”, “Out of the Ashes” – que ficou fora da turnê norte-americana – e encerrou uma performance quase perfeita com “Sea of Lies”. Ao final, promessas de retorno em menos de 17 anos e o lançamento de um álbum nos próximos meses. Esperemos que ambas se cumpram porque é um pecado fazer com que os fãs mineiros fiquem tantos anos sem ver uma das melhores bandas do gênero ao vivo.
Antes de encerrar, é necessário parabenizarmos a produtora BH Hell’s não só por ter trazido o Symphony X para Belo Horizonte, como também por sempre fazer tudo para que os fatores periféricos à banda, como a qualidade de som, iluminação, atendimento ao público e pontualidade dos shows sejam sempre respeitados.
Confira abaixo galerias de ambos os shows sob as lentes de Alexandre Guzanshe.
O Rock Master agradece ao Samuka (BH Hell’s) pela parceria que proporcionou mais essa cobertura.
Luiz Toffoli
Symphony X
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