A região da Bay Area de San Francisco, nos Estados Unidos, é famosa pela sua sempre efervescente cena do heavy metal, especialmente no que diz respeito a gerar bandas que sejam adeptas de estilos menos… Palatáveis, por falta de um termo melhor, dentro dos diversos subgêneros da dita música pesada.
Formada em 2012 e atualmente composta por Alex Cunningham (vocal), Pete Holmes e Jesse Rosales (guitarra), Scott Peterson (baixo) e Dave Pankenier (bateria), o Blackwülf segue mais ou menos essa tradição, na medida em que enveredam por uma sonoridade tipicamente stoner, ainda que com toques daquele doom eternizado pelo Black Sabbath e mesmo o grunge do Alice In Chains. Pelo menos é isso o que se encontra em seu último trabalho, “Thieves and Liars“, o quarto de sua carreira, e que chegou ao Brasil graças aos nossos parceiros da Hellion Records.
O álbum começa com “Shadow” e de cara já se vê o tamanho da influência que o Black Sabbath exerce sobre o quinteto de Oakland, com destaque para o vocal poderoso de Alex. Que garganta o sujeito tem! “Seems To Me” vem a seguir e apresenta mais ou menos a mesma fórmula, mas com as influências do doom sabbatiano mais presentes. Ela abre caminho para “Killing Kind”, onde a banda parece realmente mostrar ao que veio, fazendo um stoner carregado de ritmo e groove, tornando esta um dos grandes destaques individuais deste álbum. O mesmo pode ser dito da faixa título, onde toda a banda merece destaque. Alex mostra seu melhor trabalho vocal em todo o álbum e o resto da banda segue de perto. Os riffs de guitarra e a bateria em “Thieves and Liars” são empolgantes.
O alto nível segue em “Failed Resistance”, que apresenta um excelente trabalho nas guitarras de Pete e Jesse. “Psychonaut/Edge of Light”, a faixa mais longa do álbum, beirando os nove minutos, é a espécie de homenagem do Blackwulf ao Alice In Chains. É uma música tipicamente grunge e não pareceria (muito) deslocada caso fosse encontrada em alguns dos trabalhos do grupo de Seattle.
“Mysteries of This” é uma vinheta que não acrescenta muito, salvo pelo fato de fazer a ponte para “Brother”. Um dos outros grandes destaques desse álbum, “Brother” é puro rock and roll old school. Uma música direta, totalmente orientada para as guitarras onde, novamente, Alex consegue mostrar todo o alcance de seu vocal. Fechando os trabalhos, “Cries for a Dying Star” é outra música onde o BlackWülf presta uma bela homenagem ao grunge do Alice in Chains.
Em seu quarto álbum o Blackwülf apresenta um trabalho sólido, que vai apelar não só aos fãs do stoner, como também aos do grunge e até mesmo aqueles que curtem o bom e velho rock pesado.
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