Living Colour desfila hits e mostra vitalidade dos ‘garotos’ de 40 anos de banda

(Texto de Emerson Fluyd)

Mais uma noite mágica no Mister Rock. Na última sexta-feira (11), as bandas Living Colour e Black Pantera, subiram ao palco, e mostraram porque a primeira é uma das maiores no cenário mundial, desde a década de 80, enquanto a segunda é considerada a grande revelação do rock nacional.

O evento rolou sem contratempos. Os dois shows começaram no horário marcado, e o som da casa estava na potência necessária, muito bom! De cada, os mineiros, de Uberaba, da Black Pantera mostraram, mais uma vez, que são três caras de palco. Guitarra/voz, baixo/voz e batera. Com muita competência, animaram o público presente, parecendo ter mais gente no palco, de tanto que eles preenchiam todos os espaços das músicas.

São três músicos de mão cheia. A qualidade deles é comparável a grandes bandas. Presença de palco incrível. Eles têm todo o felling de grandes artistas, experientes e com músicas potentes. Souberam cativar e levar o público com eles o repertório inteiro. A plateia respondia muito bem a cada vez que era estimulada a ‘participar’. Ninguém ficou parado. Todo mundo pulou, agitou a cabeça, bateu palma e cantou trechos, sempre incentivados pela banda, que se comunicava muito bem. Dava para ver que sabiam muito bem como fazer isso, entendem do riscado.

Na sequência, o prato principal. O Living Colour subiu e tocou um repertório de 17 músicas, sendo que uma delas na verdade foi um solo do batera Will Calhoun. Muito bom solo, aliás. Ele usou samplers e outros ‘brinquedinhos eletrônicos’, tocando junto, levando o público ao delírio.

No repertório, só ficaram faltando alguns hits, como ‘Pride’ e ‘Elvis is Dead’, mas rolaram vários outros, como ‘Glamours Boys’, ‘Love Rears its Ugly Head’ e ‘Cult of personallity’. Outra parte um pouco decepcionante foi que os caras mandaram o repertório direto e não houve nem se quer um bis. Saíram do palco e não voltaram mais. Poderiam ter deixado as duas últimas músicas como bis, ou somente uma.

Mas a execução dele foi incrível. A banda foi formada em 1984, ou seja, estão na ativa há 40 anos. Mas a pegada era como se ali estivessem jovens músicos vigorosos. A voz do Corey Glover ainda impressiona muito. Nas músicas ‘Flying’ e ‘Love Rears its Ugly Head’, em alguns trechos, sustentava as notas por muito tempo, colocando a casa abaixo. Além do figurino impecável. ‘Glamoroso artista’. Will também impressionou na batera. Que pegada! Como se tivesse 20 e poucos anos! Técnica e felling. É como se fosse o mesmo Will lá dos anos 80 tocando.

O baixista Doug Wimbish, não ficou para trás. Bassman de mão cheia. Um dos pontos altos, e que levava o público ao êxtase, era toda vez que metia uns efeitos no baixo, que transformava o instrumento numa espécie de sintetizador.

E finalmente Vernon Reid, o lendário guitarrista. Geralmente quem toca guitarra, se for muito virtuoso e com velocidade, após muitos anos, vai ficando mais devagar no instrumento. Teoricamente era para ficar cada vez mais difícil de se executar solos complexos e rápidos. Mas esa máxima não se aplica a Mr. Reid. Ele incendiou a casa, com dedos mágicos ou sei lá o quê.

O fato é que o cara mal olhava para as escalas, para o instrumento. As mãos debulhavam a guitarra numa velocidade impressionante, e ele ou olhando papara o público ou fazendo cara de estar numa espécie de feitiço. Balançando a cabeça, fazendo caretas e expressões de estar se deliciando com a ‘vibe’ da música e com os sons que dali saíam. Ver sua performance explosiva cheia de fôlego foi sensacional.

Sim, o Living Colour continua com a mesma energia de 40 anos atrás. E sim, fez um puta show em BH nesta sua segunda passagem pela cidade.

Confira os cliques do repórter-fotográfico Alexandre Guzanshe.

Black Pantera:

Living Colour:

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