Morre, aos 76 anos, a lenda Ozzy Osbourne

John Michael “OzzyOsbourne, a voz rouca e inconfundível que moldou o heavy metal, faleceu hoje, 22 de julho de 2025, aos 76 anos, em sua casa em Birmingham. A causa da morte ainda não foi oficialmente divulgada, mas Ozzy enfrentava há anos complicações decorrentes do mal de Parkinson, diagnosticado em 2020, além de outros problemas de saúde agravados por uma queda em 2019. Sua partida marca o fim de uma era para o rock, deixando um legado que ressoa como os riffs sombrios do Black Sabbath, banda que ele ajudou a fundar e que redefiniu a música pesada.

Ozzy nasceu em 3 de dezembro de 1948, em Aston, Birmingham. Antes da fama, trabalhou em diversos empregos peculiares, tais como afinador de buzinas de carros e um abatedouro, e até cometeu pequenos furtos que o levaram brevemente à prisão. Em 1968, aos 20 anos, ele se uniu a Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria) para formar o Polka Tulk Blues Band, que logo se transformaria no Black Sabbath, nome inspirado em um filme de terror que capturava o apelo sombrio que a banda exploraria.

O Black Sabbath lançou seu álbum de estreia homônimo em 1970, um marco que muitos consideram o precursor do heavy metal. Com sua sonoridade densa, letras carregadas de escuridão e a voz visceral de Ozzy, faixas como “Black Sabbath” e “N.I.B.” estabeleceram um novo padrão para o rock. Álbuns subsequentes, como “Paranoid” (1970), com os hinos “War Pigs”, “Iron Man” e a faixa-título, e “Master of Reality” (1971), com “Children of the Grave”, consolidaram a banda como pioneira de um gênero que dava voz à rebeldia e à angústia de uma geração pós-Guerra do Vietnã. Apesar do sucesso, os excessos com álcool e drogas levaram à saída de Ozzy do Black Sabbath em 1979.

Reinventando-se como artista solo, Ozzy lançou “Blizzard of Ozz” (1980), um divisor de águas que apresentou o lendário guitarrista Randy Rhoads e hits como “Crazy Train” e “Mr. Crowley”. O álbum, seguido por “Diary of a Madman” (1981), provou que Ozzy era mais do que a voz do Sabbath – ele era um ícone por direito próprio. Sua carreira solo, marcada por álbuns como “No More Tears” (1991), que lhe rendeu um Grammy por “I Don’t Want to Change the World”, foi um testemunho de sua resiliência, mesmo em meio a batalhas contra o vício e controvérsias, como o infame incidente de 1982, quando mordeu a cabeça de um morcego vivo no palco, pensando ser um brinquedo.

Além da música, Ozzy se tornou uma figura cultural com o reality show “The Osbournes” (2002-2005), que revelou seu lado humano, caótico e carismático como pai de família ao lado da esposa Sharon e dos filhos Kelly e Jack. O programa, exibido pela MTV, apresentou o “Príncipe das Trevas” como um anti-herói adorável, conquistando uma nova geração de fãs. Ele também fundou o Ozzfest em 1996, um festival que se tornou um marco para o metal, promovendo bandas como Slipknot, System of a Down e Disturbed.

Nos últimos anos, Ozzy enfrentou desafios de saúde que limitaram suas apresentações. Ainda assim, em 5 de julho de 2025, ele subiu ao palco pela última vez no festival “Back to the Beginning”, em Birmingham, ao lado da formação original do Black Sabbath. Sentado em um trono em forma de morcego, ele entregou performances emocionantes de “War Pigs”, “Iron Man” e “Paranoid”, em um evento que reuniu lendas do hard rock e do metal, como Metallica e Guns N’ Roses. A despedida, idealizada por Sharon, foi descrita como “um funeral glorioso” por admiradores, um adeus digno ao homem que ajudou a dar início ao gênero musical mais importante a surgir no século XX: o heavy metal.

Foto: perfil do Ozzy no Instagram.

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