Depois de lançar seu primeiro álbum completo no primeiro semestre do ano passado, o ótimo “Antichrist Reborn” o Troops of Doom volta ao mercado com um novo trabalho. “Prelude to Blasphemy” transita por uma linha incomum: ele pode tanto ser um EP quanto um álbum completo, dependendo da sua perspectiva e de seu rigor acadêmico, por falta de termo melhor. Explico abaixo.
“Prelude to Blasphemy” é composto pelos dois primeiros EPs da banda, “The Rise of Heresy” (2020) e “The Abscence of Light” (2021). Além da integra de ambos os EPs, o álbum traz duas faixas inéditas, “1666” e “God’s Orphanage”. Ou seja, pelo número de faixas (15), “Prelude to Blasphemy” é um álbum completo. Mas, por trazer apenas duas faixas inéditas, é um EP. Ou, se preferirem, é uma coletânea de EPs. Isso talvez faça mais sentido.
Discussões filosóficas à parte, “Prelude to Blasphemy” apresenta uma segunda oportunidade para aqueles que não adquiriram o material da banda lançado anteriormente a “Antichrist Reborn” o fazerem agora. Caso você tenha caído nesse texto de paraquedas, o Troops of Doom é formado por Jairo “Tormentor” Guedz (guitarrista original do Sepultura), Alex Kaffer (vocal/baixo), Marcelo Vasco (guitarra) e Alexandre Oliveira (bateria). E o que esse quarteto faz é um thrash/death metal oitentista da melhor qualidade, aquele tipo de som que é quase impossível não acompanhar batendo cabeça sem parar.
Diferente de “Antichrist Reborn”, onde há alguns momentos menos velozes, por toda a duração de “Prelude to Blasphemy” Jairo e seus comparsas estão com o pé lá embaixo, com toda a velocidade e fúria que caracteriza o thrash/death oitentista, seja nas músicas originais, sejam nas suas versões para músicas do Sepultura, que se apresentam aqui na forma de “Bestial Devastation”, “Troops of Doom”, “Morbid Visions” e “Antichrist”. É uma porrada atrás da outra, tornando praticamente impossível eleger destaques individuais. “Prelude to Blasphemy” é aquele (raro) tipo de álbum que a gente escuta do início ao fim sem sentir a necessidade de saltar essa ou aquela faixa por achá-la mais fraca.
Todo esse material foi trabalhado de maneira caprichada pelas parceiras Voice Music e Mutilation Productions. O álbum vem em embalagem slipcase, com pôster 36×36 dupla face e encarte com as letras das canções (menos as cover) e um sem número de fotos mostrando bastidores e a banda ao vivo. É um material que todo headbanger que se preze tem que ter em sua coleção. E esperemos que o Troops of Doom continue entregando material com essa qualidade sonora nos seus próximos álbuns.
Agradecimentos: Voice Music, Mutilation Productions e João Eduardo (Cogumelo Records)
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