Após o grande sucesso do relançamento de “Kamikaze“, que reuniu os trabalhos antigos da banda de mesmo nome (“EP” – 1986, “Kamikaze” II – 1990 e bônus de 06 faixas de 1994), a Cogumelo Records, em parceria com Voice Music e Classic Metal, fez um bom trabalho de relançamento de “Kamikaze”, o quarto álbum dos mineiros, lançado originalmente em 2005. Isso explica o “(2005)” que intitula essa matéria e porque me refiro à ele como “Kamikaze (2005)” em todo o texto.
Para “Kamikaze (2005)“, o quarteto mineiro formado por Guilherme Bizzotto (vocal), Reginaldo Silva (guitarra), Gustavo Duarte (baixo) e João Guimarães (bateria) arregimentou nomes de peso nos cenários nacional e internacional. O trabalho foi produzido por Chico Neves e mixado por Tchad Blake (Pearl Jam), no Real World Studios (Inglaterra). A masterização ficou por conta de Bob Ludwig no Gateway Mastering (USA). O projeto gráfico foi de responsabilidade de Dinah Verleun sobre os trabalhos em acrílico sobre tela de Tales Pereira, fotografados por Inês Rabelo e mostra uma evolução temática que torna este trabalho único na cena de hard rock nacional.
É realmente uma pena que os álbuns do Kamikaze não tenham recebido a repercussão que a qualidade de seu trabalho merece. Guilherme, Reginaldo, Gustavo e João são muito bons no que fazem, um soft rock com influências de blues e hard rock embalado em letras em português tratando de assuntos relevantes mas sem dispensar a zoeira natural que é parte indelével do DNA brazuca, como na faixa que fecha esse trabalho, intitulada “Wesley”.
“Kamikaze (2005)” tem 16 faixas, das quase 12 são composições originais do Kamikaze. O álbum é completo pelo cover de “She Drives me Crazy” do Fine Young Cannibals, a instrumental “Bolero de Ravel” e “Upstings” e “Blues e Dor”, essas duas de autoria de Marcelo Paganini, músico mineiro parceiro da banda. “Blues e Dor”, inclusive, é um dos destaques individuais do álbum. Outros destaques são a bela “A Linha”, “De Novo Não”, “Ladeira”, “Carregador” e “Remédio”. Essas escolhas, no entanto, são feitas mais a título de objetividade textual. A verdade é que esse “Kamikaze (2005)” é um álbum redondinho, uma audição muito agradável de “Habituei-me” (faixa que abre os trabalhos) à derradeira e supracitada “Wesley”.
“Kamikaze (2005)” mostra que o Kamikaze é uma banda que deveria estar no mesmo patamar de outros nomes do rock e do pop mineiro como Skank ou Jota Quest, ainda que sua sonoridade enverede mais para o rock do que o pop praticada pelas acima citadas. A qualidade do trabalho, no entanto, é indiscutível.
Como dito no primeiro parágrafo deste texto, “Kamikaze (2005)” foi relançado pela parceria Cogumelo Records-Voice Music-Classic Metal em formato slipcase, trazendo encarte e um pôster dupla-face, algo característico dos lançamentos da gravadora. Uma bela iniciativa e um álbum que é indispensável para todo mundo fã do bom rock and roll produzido em Minas Gerais.
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