Com passagens pelo Angra e pelo Megadeth, Kiko Loureiro – certamente um dos maiores guitarristas de sua geração – está completando 35 anos de carreira. Para comemorar a ocasião, o guitarrista resolveu sair em uma turnê especial, celebrando grandes momentos dessas três décadas e meia.
Depois de realizar shows no Rio de Janeiro e em Ribeirão Preto, foi a vez de Belo Horizonte receber a turnê onde Kiko faz um apanhado não só de seu trabalho solo – que se constitui de cinco álbuns até o momento – como também toca músicas as quais compôs tanto para Angra quanto para o Megadeth.
Com um Mister Rock cheio, ainda que não lotado, e um pequeno atraso, Kiko e seus companheiros – o guitarrista Luiz Rodrigues, o baixista Felipe Andreolli (Angra) e o baterista Bruno Valverde (Angra, Whom Gods Destroy) – entraram no palco sem muita firula para a execução de “Overflow”, música que abre seu mais recente trabalho, “Open Source”.
Quem nunca viu Kiko Loureiro ao vivo não sabe o que está perdendo. O sujeito consegue ir de notas simples à virtuose, do ritmo lento de um violão à velocidade do speed metal, de ritmos regionais mais relacionados ao baião ao quase thrash metal com a competência que só aqueles dotados de muita técnica e talento sabem como fazer. Ter uma banda de apoio como Luiz, Felipe e Bruno ajuda mas, claro, ali em cima o show é do dono das seis cordas e Kiko exerce bem essa função.
O show continua com, como dito no começo deste texto, uma visita a um pouco de tudo o que Kiko Loureiro fez em sua carreira, com destaques para músicas como o metal recheado do regionalismo nordestino de “Pau de Arara”, “Reflective” e “No Gravity” antes de ele tirar um pouco o foco de seu trabalho solo e apresentar um mix com trechos de seis músicas do Angra, dentre as quais “Carry On”, “Nova Era” e “Speed”.
Após mais uma música presente em um trabalho solo (“Du Monde”) é a vez de visitar composições feitas para o Megadeth, “Conquer or Die” e “Killing Time”. Nesta última, Kiko arrisca-se nos vocais e se sai bem para quem não executa essa função profissionalmente.
Depois de “Dreamlike”, é a vez de voltar ao Angra, dessa vez com a companhia de Alírio Neto (Shaman) nos vocais para “Rebirth”, uma das músicas mais marcantes de toda a carreira do quinteto paulista. “Dilemma”, outra música de sua carreira solo, vem a seguir e fecha a primeira parte do show. Não se passam muitos minutos antes que todos – inclusive Alírio – voltem ao palco para mais uma do Angra, “Nothing To Say” e a noite se encerra com “Enfermo”, primeira música do primeiro trabalho solo do guitarrista, “No Gravity”.
Kiko Loureiro tem um trabalho vasto e diverso e apresenta isso em sua atual turnê. Ele poderia simplesmente tocar músicas do Angra e do Megadeth e os fãs estariam satisfeitos. Mas, ao se “arriscar” e apresentar um setlist prioritariamente instrumental, torna seu show muito mais atraente e se coloca no mesmo patamar de grandes guitarristas da história.
Antes de encerrar este texto, é necessário parabenizarmos novamente a produtora BH Hell’s pelo bom trabalho realizado nos aspectos que rodeiam o evento e não dependem da qualidade da performance dos artistas no palco mas sem os quais o show não seria completo.
Confira abaixo galeria do show nas lentes de Alexandre Guzanshe.
O Rock Master agradece ao Samuka (BH Hell’s) pela parceria que proporcionou mais essa cobertura.
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