Resenha: “Follow the Blind Man” – Jelusick

Aos 32 anos o cantor Dino Jelusick vem construindo uma bela carreira dentro do mundo do hard rock/heavy metal. Nascido na Croácia, aos 11 anos ele venceu o “Junior Eurovision Song Contest” (algo como a versão europeia do “The Voice Kids”). Nove anos depois fundou a banda de rock progressivo Animal Band, cujas atividades foram encerradas em 2021. Mas o auge de sua carreira começou em 2016, quando passou a fazer parte dos cantores que viajam com a Trans-Siberian Orchestra pelos Estados Unidos exclusivamente na época do Natal, foi convidado pelo próprio Dave Coverdale para se juntar ao Whitesnake em sua turnê de despedida em 2021 e, recentemente, foi recrutado para fazer parte do supergrupo Whom Gods Destroy, com o qual lançou o álbum “Insanium” neste ano. Antes disso, em 2023, ele fez o papel de recrutador e montou sua própria banda, que leva o seu sobrenome. Ao lado de Ivan Keller (guitarra), Luka Broderick (baixo), e Mario Lepoglavec (baterista), o Jelusick soltou no mercado “Follow the Blind Man“, que chegou ao Brasil graças aos nossos parceiros da Hellion Records.

Quem leu o texto que escrevi a respeito do álbum de estreia do Whom Gods Destroy já deve ter percebido como admiro o trabalho de Dino Jelusick. Que não lhe falta talento é óbvio para qualquer um que escute qualquer música à qual ele empreste sua voz. O que eu me perguntava é: capitaneando a banda que leva seu nome, não podendo se apoiar sobre os ombros de gigantes como Derek Sherinian e Bumblefoot será que ele conseguirá produzir bons resultados? A resposta é um retumbante sim.

“Follow the Blind Man” é um álbum de estreia onde o desafio é encontrar defeitos. O que Jelusick e seus comparsas conseguiram foi compor um álbum que mistura hard rock, heavy rock e heavy metal de uma maneira muito competente. Não direi “perfeita” porque não chega a tanto, mas olha, este é um álbum que quase merece essa palavra associada a si.

Com 11 faixas, a começar com “Reign of Vultures”, “Follow the Blind Man” mostra força por toda a sua estrutura. Desde a primeira audição percebe-se que nenhuma música presente ali foi uma imposição da gravadora ou está apenas cumprindo uma meta de minutos ou número de faixas. Tudo funciona direitinho e há um belo balanço no que diz respeito à forma como as músicas foram distribuídas, alternando faixas mais pesadas e rápidas com as baladas, que se fazem presentes em “Follow the Blind Man”, “The Great Divide” e “The Bitter End”, esta responsável por fechar um álbum bastante pesado de maneira calma e, apesar de dissonante, perfeitamente escolhida para tal função.

Mas as baladas não são, nem de longe, as melhores músicas de “Follow the Blind Man”. Esse privilégio cabe à “Acid Rain”, onde Jelusick mostra toda a versatilidade de sua garganta, trazendo vocais guturais a seu repertório, “Animal Inside”, “The Healer”, que traz belos riffs e solos e “Chaos Master”. Essas escolhas, no entanto, foram feitas apenas a título de síntese já que, sendo realmente sincero, todas as músicas de “Follow the Blind Man” têm um nível de qualidade bastante homogêneo que poucas vezes se vê no mundo do heavy metal atual.

Uma estreia bastante promissora, com certeza!

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