O Cloven Hoof é uma daquelas bandas longevas, mas com uma história bastante conturbada. A banda foi fundada em 1979 em Wolverhampton, Inglaterra e foi uma das integrantes da NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal), movimento musical que apresentou ao mundo Iron Maiden, Saxon e impulsionou a carreira do Judas Priest, apenas para mencionar alguns de seus principais nomes. Na década de 1980 o Cloven Hoof se consolidou como um dos bons nomes da NWOBHM, especialmente com seu primeiro álbum, autointitulado e lançado em 1984.
Três anos depois a banda se separou. Se reuniu novamente em 1988 e lançou mais dois bons álbuns, “Dominator” (1988) e “A Sultan Ramson” (1989). No ano seguinte, uma nova separação, que durou até 2001, quando parte da formação original se reuniu. De lá para cá, o Cloven Hoof passou por inúmeras formações até chegar ao seu nono álbum, “Heathen Cross“, o objeto deste texto, que chegou ao Brasil graças a nossos parceiros da Hellion Records.
Para “Heathen Cross” o Cloven Hoof contou com Lee Payne (único membro original da banda ainda presente) no baixo, Chris Coss e Luke Hatton nas guitarras, Ash Baker na bateria, Chris Dando nos teclados e Harry “The Tyrant” Conklin (Jag Panzer) no vocal. A ideia aqui parece ser fazer uma mescla do heavy metal tradicional com um pouco do power metal americano, principalmente devido aos vocais poderosos/rasgados de Conklin. Se não é uma fórmula revolucionária, pelo menos funciona bem.
Em seu nono esforço de estúdio o Cloven Hoof não tenta, nem de longe, reinventar a roda. O quinteto investe naquela típica sonoridade do heavy metal oitentista vinda de suas origens da NWOBHM e faz um trabalho bem competente nesse sentido. O que temos aqui, desde a introdução “Benediction” até “The Summoning” são dez músicas bastante consistentes à ideia apresentada. Todas as características do heavy metal tradicional podem ser encontradas aqui: boas guitarras com momentos inspirados nos riffs e nos solos, uma cozinha sólida, um teclado discreto e um vocalista que sabe exatamente o que faz. Algumas faixas aqui se destacam, seja pela ideia geral, seja pelo refrão “grudento”, seja pela característica similar àquelas músicas que parecem ter sido compostas para serem tocadas em uma grande arena. “Last Man Standing”, “Darkest Before the Dawn”, “The Summoning” e “Do What Thou Wilt”, onde Conklin evoca seu King Diamond interior, são alguns dos destaques de “Heathen Cross”.
Um álbum honesto e competente que, se não traz nada de revolucionário, também não faz feio e certamente apelará a todo headbanger saudoso por um Iron Maiden da era Paul Di’Anno ou que simplesmente é fã da NWOBHM.
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