Os anos 1980 foram extremamente produtivos para o heavy metal brasileiro, especialmente aquele criado em Belo Horizonte. Afinal, foi da capital mineira que saiu o maior nome do dito extreme metal nacional, o Sepultura, além de outros menores, mas tão importantes quanto. De cara podemos citar Overdose, Sarcófago, Chakal e, quase no que seria uma “segunda onda”, o Sextrash.
Formada em 1987, o Sextrash lançou seu primeiro registro logo no ano seguinte, na forma do EP “XXX”, onde já mostrava ao que vinha: uma mistura de thrash e death metal pra lá de brutal, com vocais guturais extremos, blast beats e tudo o que o estilo demanda. Dois anos depois, com uma formação que contava com Pussy Ripper (vocal), Danmed Sentry (guitarra), Krueger (baixo) e D.D. Crazy (bateria), o quarteto lançou, via Cogumelo Records, seu primeiro álbum completo, “Sexual Carnage”. Uma aula de metal extremo e um álbum que se tornaria uma referência não só para a cena mineira e brasileira, como mundial como um todo.

“Sexual Carnage” segue mais ou menos a fórmula consagrada nos anos 1980. Começa com uma introdução chamada simplesmente “Intro”, que deve preparar os ouvidos do ouvinte para o que vem a seguir. Ela não faz isso tão bem. Esse trabalho cabe à porrada “Psychoneurosis”, uma paulada tipicamente death dos anos 1980 que dá todo o tom que o álbum seguirá daí em diante. Momentos calmos? Até que há, aqui e ali, como nos primeiros acordes de “Obscene Symphony”. Mas eles são bem raros. Todo o corpo de “Sexual Carnage” mostra um death metal bem típico, old school, com pouquíssimas concessões modernas. Isso produz clássicos do gênero, tais quais “Alcoholic Mosh”, “Seduced by Evil”, “Black Church” e “Genital Tumor”.
“Sexual Carnage” foi relançado recentemente via Cogumelo Records em uma embalagem slipcase, com pôster dupla-face 36×36 e encarte com letras e fotos, além de bônus incluindo as músicas do EP “XXX” e de uma demo inédita. É um álbum fundamental para qualquer fã de extreme metal, já que mostra o primeiro trabalho completo de uma das principais bandas do death metal brasileiro. Uma banda que poderia ter chegado ao nível de seus predecessores Sarcofago e Sepultura, não fosse sua história tumultuada, especialmente no que diz respeito às constantes mudanças de formação. É uma bela iniciativa da Cogumelo resgatar mais essa pérola do metal extremo nacional em um lançamento caprichado que faz jus ao legado da banda.
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