Grupo fez sucesso nos ano 90, colocando duas músicas nas trilhas de novelas globais
(Foto: Rapha Garcia) A banda belorizontina Easy Rider, sucesso nos anos 90 no cenário musical brasileiro, já tem data para despedida. Pelo menos em se tratando da formação original. Eles sobem ao palco do Mister Rock na sexta-feira (31), para colocar um ponto final nos trabalhos.
É o que garante o vocalista Eduardo Schechtel, o Dudu, do Grafitte. “Será minha última participação com o Easy Rider. É a última vez que subo ao palco com a banda. Resolvemos fazer esses shows em 2023, 2024 e agora 2025 justamente para celebrar essas coisas da história, da amizade”, disse.
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Ele justifica a decisão na dificuldade de seguir trabalhando com a voz. “O tempo passou. Tive uma lesão, um pólipo nas pregas vocais. E aí como não tenho mais me dedicado à música. Só subo ao palco para fazer um show por ano. Todo mundo sabe que se você quer cantar, tocar, tem que praticar. Principalmente a voz, que é um músculo. Você vai se exercitando sempre. Consegui diminuir o pólipo, para eu ser profissional, para trabalhar no rádio, para apresentar os eventos, para poder estar com voz, pelo menos, para dar essa entrevista para você aqui”, falou.
O Easy Rider conta ainda com os guitarristas Auder Jr e Rogério Vaz, o Pepeu, o baixista Brazza e o baterista Marcelo Alvares. A banda durou de 1991 a 1994, e neste período, lançou o disco Back to Old Road (1993), e tocou em todo o país, ‘do Sul até Rondônia. Além de várias apresentações em programas de televisão na época’, relembra o guitarrista Auder Jr.
Ainda tiveram duas músicas em novelas da Rede Globo. A primeira foi Dirty Game, em Mulheres de Areia (1993), e depois uma regravação de Alice Cooper, para How You Gonna See Me Now, que entrou em Olho por Olho (1993/1994).
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“O Easy Rider sempre foi uma grande família. A gente sempre fala isso, porque realmente a gente se sente uma família. Nos damos muito bem, temos uma excelente relação. E sempre que a gente se encontra, é uma grande felicidade, motivo de muita alegria“, disse Auder.
“Nos reunimos 30 anos depois, num super show, no Dia Mundial do Rock, na Praça da Estação, há dois anos, para celebrar os 30 anos de banda. Ano passado fizemos mais um show. Que foi mais legal que o outro. E a gente está muito animado para fazer esse show de sexta-feira. Será a última apresentação que a gente pretende fazer com a formação original da banda”, confirmou o guitarrista.
Ele ainda lembrou dos bons tempos, prometendo muita emoção e saudosismo na apresentação. “Sei que muitas pessoas têm saudade dessa época, quando a gente teve as músicas nas novelas, quando a gente gravou pela Sony e excursionamos pelo Brasil todo. Foi uma época muito marcante em nossas vidas, e nós vamos reviver isso aí pela última vez agora, juntos no palco.”
Além do Easy Rider, sobem ao palco KRAD e Led III, a outra banda de Auder. “Vai ser uma noite maravilhosa, porque vamos fazer um show diferente do tradicional do LED III. Para poder mostrar uma pegada um pouquinho diferente”, prometeu.
“Convido a galera para dia 31 de outubro, no Mister Rock, para uma despedida de uma história muito bonita, mas que de uma forma ficou lá atrás, há 30 anos. A gente quis celebrar, conseguimos fazer esses dois shows. E agora, em 2025, é uma forma de nos despedir de uma história muito legal, que tenho muito orgulho de ter feito parte”, convidou Dudu. “Quem viu, viu. Quem não viu, que vá ver agora.”
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“A vida nos colocou em caminhos diferentes durante esses anos que a gente ficou sem tocar juntos. Cada um foi para uma vertente, para assumir uma outra profissão. Vários são músicos ainda. E outros têm outras profissões, que são prioridades. Então a gente respeita todo mundo, isso talvez impeça uma continuidade de um trabalho, pensar em seguir com esse trabalho. Então a gente vai curtir o que a gente fez, o que a gente plantou nesse tempo todo, e fazer esse último show aí para celebrar essa união, esse trabalho que a gente fez” disse Auder Jr.
Sobre o futuro, com outro vocalista, Dudu deixou no ar. “A galera da banda decide o que eles vão fazer depois, até porque também são músicos que já estão há muito tempo na estrada, tem seus projetos também e não vão parar, obviamente”, disse Dudu. “O futuro a Deus pertence”, finalizou Auder.
Produtor
Quando o Easy Rider fez sucesso, os tempos eram outros. E, obviamente, a forma de divulgação da música era bem diferente. O rock, que efervesceu nos 80, ainda fazia a cabeça da juventude. “A gente colocava a mão na massa. Saíamos pregando cartazes na pelas ruas de Belo Horizonte, os famosos lambe lambe. Tenho até saudado. Enfim, saímos lá com as cabeleiras todas grudadas, e no outro dia todo mundo estava sabendo dos shows. Então fizemos muitas apresentações em BH e nas principais cidades do interior de Minas Gerais e também em várias cidades pelo Brasil”, relembrou Gleyson Fonseca, músico, compositor, vocalista da banda Carne Nua e com trabalho solo, que foi produtor do Easy Rider durante praticamente todo o tempo de existência da banda.
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“Eu já era amigo da rapaziada que depois viria a formar a banda. E já trabalhava como produtor de várias casas noturnas de BH, e já vendia shows. Então a coisa foi meio que automática. Sendo amigo da turma e já trabalhando com isso, acabei sendo, automaticamente, produtor da banda. Trabalhei com eles até a saída do Eduardo”, lembrou. “Passamos muitos perrengues, viajamos muito, mas também nos divertimos muito.”
E finalizou lamentando o encerramento das atividades. “Foi uma das bandas que, apesar de um único álbum, marcou história na nossa cidade. Foi um prazer trabalhar com essa turma. E é uma pena que seja assim, o último encontro com a formação original. Mas o Easy Rider estará sempre nos nossos corações.”
Easy Rider, KRAD e Led III
Sexta-feira (31 de outubro)
Mister Rock (Avenida Tereza Cristina, 295, Prado)
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