King Diamond, ao Rock Master: ‘Este é o melhor momento de ver King Diamond ao vivo’

Em 25 de junho, São Paulo receberá o Liberation Festival, no Espaço das Américas. Entre as atrações do evento, estão as bandas Heaven Shall Burn, Carcass e Lamb of God. Mas, sem dúvida, o grande nome do festival é King Diamond. Em mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro, o Rock Master bateu um papo com a principal atração do festival a respeito da nova turnê, sua saúde, os planos para o futuro e mais.

Natural da Dinamarca, King Diamond (nome artístico de Kim Bendix Petersen) é um dos pioneiros no uso de corpse paint (pintura de cadáver) e da teatralidade no palco, tendência que tem como maior representante Alice Cooper. King começou a carreira em 1983, como vocalista da banda Mercyful Fate, antes de partir para carreira solo. Por um tempo, King se dividiu entre as duas bandas e, entre 1986 e 2007, gravou um total de 17 álbuns de estúdio, sendo 12 com sua banda solo e cinco com o Mercyful Fate.

Desde então ele não soltou mais qualquer trabalho inédito. “Em 2010, eu sofri uma série de infartos. Cheguei estar morto por alguns minutos. Tive que ficar praticamente um ano afastado da música. Então, no final de 2011, ensaiei um retorno, tocando no aniversário de 30 anos do Metallica e em junho do ano seguinte retomei as atividades em um show no Sweden Fest. Desde então voltei às atividades em tempo integral e estou trabalhando tanto em um álbum novo quanto em um DVD ao vivo”, disse.

Mas Diamond não quis entrar em detalhes a respeito do novo trabalho, que não tem ainda data de lançamento confirmada. “O álbum sairá quando ficar pronto. A diferença desse trabalho para os anteriores é que agora tenho um estúdio de última geração em casa, com todas as ferramentas tecnológicas mais modernas e isso torna tudo mais barato e confortável, já que, por exemplo, posso me levantar e gravar vocais às 4 da manhã se quiser. Além do mais, o fato de não ter a pressão que existe em um estúdio alugado – onde cada minuto custa muito dinheiro – torna todo o processo mais tranquilo”, frisou.

“Posso trabalhar minha voz como no passado e Andy (LaRoque, guitarrista) pode revisitar riffs e andamentos com mais calma já que não há um prazo definido para terminarmos a produção, mas posso dizer que, instrumentalmente, será um álbum bem trabalhado e pesado no melhor estilo King Diamond”, garantiu o cantor, também falando sobre o trabalho em vídeo. “O DVD terá dois shows da turnê atual de Abigail, um deles sendo o Hellfest do ano passado. Esperamos lançá-lo ainda em 2017, mas não posso precisar quando.”

E sobre a turnê atual, que será vista em São Paulo? “Esse é o melhor momento para se assistir ao King Diamond ao vivo. Estamos levando ao Brasil toda a produção de palco europeia pela primeira vez. A turnê começa pelo México e, além de tocar ‘Abigail’ na íntegra (essa turnê é comemorativa do 30º aniversário de lançamento do álbum), vamos revisitar muito material antigo, da época da Roadrunner, além de algumas músicas do Mercyful Fate”, adiantou.

King Diamond lançou, além de Abigail (1987), os álbuns Fatal Portrait (1986), Them (1988), Conspiracy (1989) e The Eye (1990) pela gravadora Roadrunner Records.

Além da maquiagem e do apelo teatral em seus shows, King é famoso pelo fato de escrever álbuns conceituais, onde cada música se conecta à anterior e posterior e, juntas, contam uma única história. Abigail, por exemplo, faz parte dessa preferência do vocalista e chegou a ter uma continuação, Abigail II: The Revenge, lançado em 2002.

Clique na música e veja os clipes de: The Family Ghost, Welcome Home, Sleepless Nights, Give Me Your Soul, Witches’ Dance, com o Mercyful Fate, e The Uninvited Guest, também com o Mercyful Fate. Clique aqui e ouça o áudio de Abigail.

Sobre os desafios de se escrever um álbum conceitual, Diamond descreveu todo o processo. “É um trabalho mais desafiador. Tudo começa com a história. Primeiro escrevo a história, daí as letras e só então partimos para a composição das músicas, tomando cuidado para que cada detalhe se encaixe perfeitamente. No caso de Abigail II, por exemplo, escrevi toda a história, daí a dividi em 11 partes e então escrevi as letras. O que eu gosto em escrever álbuns conceituais é que você pode desenvolver cada personagem com mais profundidade. Por outro lado é fundamental que você preste atenção em cada detalhe das letras e onde cada personagem da história se encaixe pra não cometer erros como, por exemplo, ter uma personagem de 10 anos engravidando em uma das músicas (risos).”

King foi um dos pioneiros a utilizar-se da performance teatral, voltada ao terror no palco. Mas o cantor deixa claro que nunca quis chocar as pessoas. “Eu nunca tive o propósito de chocar as pessoas, apenas quis apresentar um bom entretenimento. Muitos dizem que esse é o objetivo devido ao fato de eu ser um satanista, mas isso não tem nada a ver com religião. Eu já vivia minha vida praticando o satanismo muito antes de conhecer o livro do LaVey e sempre vivi minha vida assim. Não tem nada a ver com a religião, com chocar as pessoas, apenas em fazer música e viver sua vida da melhor forma possível. Mas, sim, com certeza, hoje está mais difícil chocar as pessoas”.

LaVey, a quem King se refere, é Anton LaVey, escritor, músico e ocultista norte-americano que, em 1966, fundou a Igreja de Satã na Califórnia e, em 1969, publicou The Satanic Bible, uma espécie de bíblia no qual explica os princípios de sua ideologia. Ao contrário do satanismo mais popularizado na cultura mundial, os ideais de LaVey pregam, basicamente, o individualismo e o hedonismo e não o culto à figura de Lúcifer.

Os ingressos para o Liberation Festival estão à venda e podem ser adquiridos nas bilheterias da casa de show, pelo telefone (11) 2027-0777 ou através do site da 260 Tickets, clicando aqui (https://www.ticket360.com.br/evento/6568/liberation-festival-2017-com-king-diamon).

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