Abbath e Amon Amarth fecham maio em alta na capital mineira

Mais uma boa contribuição do colaborador Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o site do Rock Master: Abbath & Amon Amarth em Belo Horizonte (fotos: Alexandre Guzanshe/Divulgação)

O mês de maio foi bastante generoso para o público headbanger (ou “metaleiro”, como queira), de Belo Horizonte. Depois de receber bandas como Rhapsody e Sonata Arctica, o último domingo do mês foi marcado pela passagem dos noruegueses do Abbath e dos suecos do Amon Amarth, essa uma das bandas mais esperadas pelos fãs mineiros, que há muito torciam para um show do grupo por aqui.

A noite de música começou em alto estilo, com o Abbath, banda liderada pelo ex-vocalista do Immortal que empresta seu nome ao grupo, adentrando o palco do Music Hall para apresentar músicas de seu álbum de estreia, que também leva o nome do vocalista. Ou seja, o Abbath é uma banda liderada pelo Abbath cujo álbum de estreia é intitulado “Abbath”.

Após aquela já manjada introdução que se tornou praticamente obrigatória em shows de metal, o quarteto liderado por Abbath Doom Occulta (vocal e guitarra), acompanhado de Raud (guitarra), King (baixo) e Creature (bateria) já mostra a que veio, com a execução de “To War”, seguida de “Winterbane”, as duas primeiras músicas do álbum da banda e que já colocaram os ânimos do Music Hall lá em cima. Pela hora seguinte, Abbath passeou por seu passado e presente, tocando tanto músicas de seu álbum solo como covers do Immortal e do I, projeto seu que teve apenas um álbum lançado.

Um dos aspectos mais legais dos shows do Abbath é que o vocalista foge um pouco do perfil típico da banda de black metal, onde os membros se esforçam para parecer sorumbáticos e, muitas vezes, mal humorados. Abbath vai na vertente oposta e deixa claro para todos que está se divertindo em cima do palco. Ele rege o público, interage em português, mesmo que bem pouco, e brinca com a galera quando o baterista Creature aparentemente deixa o palco antes do fim do show, como se achasse que o evento tivesse chegado ao fim, antes de voltar e tocar “All Shall Fall”, música título do último álbum do Immortal a ter Abbath a cargo dos vocais e que, de fato, encerrou a apresentação da banda em alto nível. Em apenas 60 minutos, Abbath deu seu recado e deixou o público em ponto de bala para a atração principal.

Não que o bom público presente no Music Hall precisasse de aquecimento, já que, como dito acima, há muito o Amon Amarth, maior nome do dito Viking metal mundial (ainda que a banda rejeite o rótulo) era aguardado em Belo Horizonte. A empolgação de ver o quinteto formado por Johan Hegg (vocal), Olavi Mikkonen e Johan Söderberg (guitarras), Ted Lundström (baixo) e Jocke Wallgren (bateria) se apresentar pela primeira vez na capital mineira se mostrou logo na primeira música, com a galera cantando os riffs de guitarra e, claro, o refrão de “The Pursuit of Vikings”. Já na música de abertura o Amon Amarth ganhou o público. Se fosse uma partida de futebol, poderíamos dizer que a banda começou já com a vitória garantida.

Assim como o Abbath, o Amon Amarth fez um show que passeou por praticamente toda a sua carreira, ainda que a turnê tenha o objetivo de divulgar seu último álbum, “Jomsviking”, que foi representado com “First Kill”, “The Way of the Vikings”, “At Dawn’s First Light” e “Raise your Horns”, essa a primeira do bis, que anunciava que a festa logo acabaria. Mas estou me antecipando.

Com o público em suas mãos, o Amon Amarth fez um show irrepreensível. Johan Hegg é um vocalista bastante carismático e interagiu com o público diversas vezes durante o show, fosse saudando os ali presentes em um português “passável”, fosse contando histórias por trás da inspiração para as letras de algumas das músicas apresentadas, ou gesticulando para dizer que o comportamento do público estava deixando-o arrepiado. Em “Raise your Horns” o vocalista tirou o copo em formato de chifre que carrega em sua cintura para beber dele, ato imitado pelas pouquíssimas pessoas no Music Hall que se dispuseram a levar um ao show. Aos demais restou levantar as mãos e fazer o clássico gesto dos chifres com os dedos (chifre é uma tradução do inglês horns. “Raise your Horns” pode ser traduzido como “Ergam seus chifres”). Durante todo o show o vocalista regeu o público, que correspondeu à altura, fosse cantando trechos ou refrões das músicas apresentadas no palco, fosse fazendo o clássico “ôôôôôôôôô” sincronizado à passagem instrumental então apresentada.

Além de “The Pursuit of Vikings” e “Raise your Horns”, os grandes destaques da noite ficaram por conta de “Destroyer of the Universe”, “Runes to my Memory”, “War of the Gods”, “Guardians of Asgaard” e “Twilight of the Thunder God”, essa última a música que fechou a apresentação do Amon Amarth em Belo Horizonte e que deixou todos ali presentes torcendo para que seja apenas a primeira de muitas e com o sentimento de que valeu toda a espera. A forma como a banda, e especialmente Johan, deixou o palco ao som de “olê, olê, olá, Amon, Amon” leva a crer que, se depender dele, o retorno à cidade não deve tardar. Que assim seja.

Antes de encerrar, como não poderia deixar de ser, o Rock Master agradece a Eliel Vieira (EV7 Live) e Márcio Siqueira (MS BHz Produções) pela parceria que nos proporcionou cobrir esse grande evento.

Fotos Abbath:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fotos Amon Amarth: