Resenha: “Legend of Valley Doom Part 2” – Marius Danielsen

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo Monteiro para o Rock Master!

Eis que chega ao mercado, via Hellion Records, a segunda parte de “Legend of Valley Doom“, trabalho do vocalista/guitarrista norueguês Marius Danielsen. A primeira parte, lançada no ano passado por aqui, chamou bastante atenção dos fãs de power metal, já que o projeto se trata de uma metal opera bem no estilo do Avantasia com uma sonoridade e temática que lembra bastante trabalhos de bandas como Rhapsody of Fire ou Dragonland.

Para “Legend of Valley Doom Part 2” Marius seguiu a mesma fórmula do anterior, cercando-se de grandes nomes do heavy metal para continuar a contar a sua história de luta do bem contra o mal. Com relação à parte 1, o número de vocalistas aumenta, chegando à casa dos 18. Além do próprio Marius e de seu irmão Peter, destacam-se aqui o onipresente Michael Kiske (Helloween, Unisonic), Blaze Bayley (ex-Iron Maiden), Tim “Ripper” Owens (ex-Judas Priest, ex-Iced Earth) e Michele Luppi (ex-Vision Divine, atual tecladista do Whitesnake). O número de guitarristas também aumenta, passando para 14, dos quais se destacam Bruce Kulick (ex-Kiss), Jens Ludwig (Edguy) e Tom Naumman (Primal Fear), com o nome mais curioso dentre eles sendo Jennifer Batten. Vinda do mundo pop, Jennifer fez parte da banda de Michael Jackson entre 1997 e 2007 e colabora com o solo de guitarra em “Under the Silver Moon“. Seis baixistas foram recrutados para o projeto, dentre eles Barend Courbois (Blind Guardian) e Magnus Rosén (ex-Hammerfall, atual Shadowside). A bateria ficou por conta de Stian Kristoffersen (Chastain, Pagan’s Mind) e Vinny Appice (ex-Black Sabbath, ex-Heaven and Hell), que colaborou  em apenas uma música. Peter Danielsen (Darkest Sins), ficou responsável por todas as orquestrações, dividindo os teclados com Steve Williams.

A exemplo do que acontece na primeira parte do trabalho de Marius, “Legend of Valley Doom Part 2” é bastante direcionado para o power metal, tanto na parte sonora quanto lírica. O álbum é bem equilibrado, com faixas mais rápidas alternando-se com aquelas mais climáticas, lentas. As principais características do estilo, como refrões grudentos e solos de guitarra bem encaixados, além do uso de orquestrações e coros, permeia praticamente todo o trabalho. E, diferentemente do que aconteceu na primeira parte, aqui alguns dos vocalistas conseguem se destacar, ainda que, quando muitos deles participam da mesma faixa, isso possa ficar mais difícil de perceber. Felizmente, em “Legend of Valley Doom Part 2” isso acontece apenas duas vezes e em “By the Dragon’s Breath” é impossível não notar Blaze Bayley.

Tower of Knowledge“, “Crystal Mountain“, “Rise of the Dark Empire” e “Angel of Light“, com Michael Kiske fazendo o que sabe fazer de melhor, são os destaques entre as músicas mais pesadas/rápidas do álbum, enquanto que “Under the Silver Moon” representa bem a parte mais leve, quase pop, de “Legend of Valley Doom Part 2“. Parêntese: Impressiona como a voz de Kiske parece não envelhecer. Não importa em que projeto o careca se envolva, sua participação sempre se destaca dentre as demais.

No fim das contas, “Legend of Valley Doom Part 2” não se afasta muito de seu predecessor. É um bom esforço de power metal e um álbum que alterna bons momentos com outros nem tanto. Um dos pontos negativos talvez seja a sua duração total. Batendo na casa dos 77 minutos (contando a, aqui, dispensável a faixa bônus, pois se trata de “Tower of Knowledge” com Appice na bateria), o álbum pode parecer muito para se absorver de uma única audição. Isso, no entanto, não tira o mérito do produto final dos irmãos Danielsen.

E que venha logo a terceira parte, que, segundo Marius, encerra sua saga.

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