Resenha: “Raft of the World” – Night

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo Monteiro para o Rock Master!

É seguro dizer que a Suécia é uma terra muito fértil no que diz respeito à produção musical. E aqui não me restrinjo apenas ao rock e heavy metal (e seus subgêneros) que são os assuntos prioritários do Rock Master. O cenário musical sueco permite tanto o surgimento de bandas que focam suas energias em produzir algo novo e moderno como aquelas que preferem prestar homenagem àqueles que vieram antes, adotando uma sonoridade que parece deslocada no século XXI, pois tem todas as características daquilo produzido nas décadas de 1980, 1970 ou antes. Talvez o maior nome dessa tendência na atualidade seja o Ghost. O Night, banda originada em Linköping em 2011 segue nesta mesma seara, ainda que sem a teatralidade que cerca o trabalho do Tobias Forge e seus asseclas. Coincidentemente, ou não, o Ghost também tem Linköping como cidade de origem.

Raft of the World”, terceiro álbum do Night, que tem em sua formação o vocalista/guitarrista Oskar Andersson, o guitarrista Sammy Ouirra, o baixista Joseph Max e o baterista Dennis Skoglund, investe forte nessa sonoridade carregada de nostalgia. O que o Night traz é um rock and roll beirando o heavy metal, ainda que nunca ultrapasse essa barreira. Alguns críticos tem colocado a banda sob a bandeira do heavy rock consagrado por bandas como Rainbow e Deep Purple e isso é bastante justo, ainda que comparações mais profundas não façam sentido.

O Night investe em uma sonoridade bastante cadenciada, planejada para ser pesada, mas não tanto assim. Isso torna o som da banda bastante agradável e leve, no sentido de que, se não agradaria aqueles fãs do heavy metal que adoram solos e riffs à velocidade da luz, também não os afastariam totalmente dada a carga nostálgica presente. Por outro lado, esse ritmo cadenciado vai agradar àqueles apreciadores de um rock and roll mais “tranquilo”, por falta de uma palavra melhor.

Com raras exceções, como na curta (e instrumental) “Omberg” e na longa “Coin in a Fountain”, que parece saída de um salão medieval, todas as demais músicas presentes em “Raft of the World” seguem mais ou menos a mesma estrutura em termos de composição. Isso faz com que eleger destaques absolutos se torne uma tarefa não muito fácil. Músicas como “Surrender”, “Winds” e “Fire Across the Sky”, que abre os trabalhos, são aquelas que fazem este papel.

Lançado na Suécia em 2017, “Raft of the World” chegou em terras tupiniquins neste ano via Hellion Records. Vale bastante à pena dar uma chance ao som dos suecos, especialmente se você gosta do heavy rock setentista.

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