Edu Falaschi relembra auge da carreira em Belo Horizonte

Com colaboração de Karina Machado.

Uma coisa não se pode negar. Desde que saiu do Angra, Edu Falaschi não se cansa de trabalhar, dividindo seu tempo entre estabelecer sua carreira solo e se aproveitar do legado deixado naquela que é considerada a maior banda de power metal do Brasil. Nessa alternância, Belo Horizonte recebeu, no último domingo, a “Rebirth Live in SP Revisited”, turnê em comemoração do 20º aniversário ao lançamento do primeiro – e único – DVD do Angra com a, então, nova formação. (Parênteses: desde esse lançamento, dos cinco membros da banda então permanecem apenas o guitarrista Rafael Bittencourt e o baixista Felipe Andreoli).

A noite, no entanto – e como era de se esperar – não começou com Falaschi. Coube aos novatos do Storia, banda de power metal paulista, esquentar o público que ainda chegava ao Mister Rock. O quarteto apresentou um som legal, que mostra que a banda tem bastante potencial, ainda que precisem melhorar em alguns aspectos, como a presença de palco. Mesmo assim, deram seu recado a contento e deixaram quem estava ali curioso para saber mais a respeito deles.

A seguir vieram os veteranos do Noturnall. Liderados pelo carismático Thiago Bianchi (vocal) e com a formação atual contando com Léo Mancini (guitarra), Saulo “Xakol” (baixo) e Henrique Pucci (bateria), o quarteto mostrou um power metal bastante competente, calcado também na presença de palco e no carisma de seu vocalista. Thiago interagiu com o público de diversas maneiras, não só de cima do palco, mas descendo ao fosso e mesmo fazendo um stage dive, deixando um clima bem legal na casa de shows. Além desses fatores periféricos, a banda como um todo fez um bastante energético, tendo como destaques a homenagem ao falecido André Matos em “Fairytale” (cover do Shaman), “Cosmic Rendemption”, “Screm! For!! Me!!!” e “Nocturnal Human Side”, essa contando com a participação especial de Gus, vocal dos belorizontinos do Electric Gypsy. Um set relativamente curto, apenas oito músicas, mas que também cumpriu bem o seu papel.

Não demorou muito para a atração principal adentrar ao palco prometendo diversos clássicos do Angra no setlist que compõe o DVD homenageado aqui. Liderando uma banda formada pelos guitarristas Roberto Barros e Diogo Mafra, o baixista Raphael Dafras, seu ex-companheiro de Angra, o tecladista Fábio Laguna e o baterista Jean Gardinalli, Edu já capturou o público com “Nova Era” e o manteve ali, sob seu carisma, durante toda a apresentação.

Belo Horizonte tem uma relação de amor com o Angra, então não era de se esperar nada diferente do que se viu no Mister Rock neste show. O público cantou praticamente todas as músicas junto com a banda, arrancando elogios sinceros de um sempre sorridente Edu Falaschi que tratou as músicas de sua ex-banda com todo o respeito merecido, inclusive aquelas cantadas pelo seu antecessor, como no caso de “Make Believe”, “Nothing to Say” e “Carry On”, dentre outras. De sua fase pelo Angra pode-se destacar “Heroes of Sand”, “Rebirth” e a supracitada “Nova Era”.

A primeira parte do show termina com um cover de “The Number of the Beast”, do Iron Maiden e essa é a faixa que encerra o DVD. Para o bis, Edu e banda tocam uma nova versão para “Pegasus Fantasy”, música de abertura da animação “Cavaleiros do Zodíaco”, que ficou consagrada no Brasil pela voz do próprio Falaschi e “Spread your Fire”, essa tirada de “Temple of Shadows”, segundo trabalho do Angra com Edu nos vocais.

Um show que pode ser chamado de “caça-níqueis”? Sim, mas um “caça-níqueis” bem satisfatórios para todos aqueles fãs de um power metal bem tocado e os nostálgicos que gostariam de ver o Angra naquela segunda formação. Há de se destacar também o cuidado com que a produtora BH Hell’s cuidou de todo o evento, lidando com todos os aspectos que o envolveramcom bastante competência e minimizando atrasos devido a imprevistos.

O Rock Master agradece à BH Hell’s pela parceria que proporcionou mais essa cobertura.

Confira abaixo a galeria de fotos dos shows do Noturnall e de Edu Falaschi pelas lentes de Alexandre Guzanshe.

Noturnall