Resenha: “Vol II” – Aske

Formada em 2008 em São Carlos (São Paulo) o Aske (“cinzas” em norueguês) era inicialmente um duo composto por Felipe Salvini (baixo e voz) e Lucas Duarte (guitarra). Recentemente, a banda passou a ser um power trio com a chegada do baterista Fernando Turi e lançou, no ano passado, seu segundo álbum completo, intitulado, apropriadamente “Vol. II”. Antes disso o duo havia lançado o álbum completo “Once” (2015) e o EP “Broken Vow” (2017).

Se a capa de “Vol II” dá a entender que o Aske é uma banda de black metal, este é um daqueles raros casos onde se pode julgar o livro – bom, o CD – por ela. O que o Aske faz em “Vol. II” é pura e simplesmente black metal old school honrando o país de onde a banda tirou seu nome. Felipe, Lucas e o baterista convidado Thierry Dettmer (Fernando entrou na banda após a gravação do álbum) optam por uma sonoridade bastante “crua”, com guitarra, baixo e bateria, sem adicionar teclados e modernidades presentes em muitos lançamentos do que considero a segunda onda do black metal norueguês, cujo principal nome é o Dimmu Borgir. Não, senhores. Aqui é tudo direto, pesado e raivoso, com guitarra, baixo e bateria fazendo todo o trabalho de criar as atmosferas adequadas para a mensagem que a banda quer passar. Obviamente que, mesmo prestando homenagem aos pioneiros, o Aske se aproveita de certas modernidades. A qualidade da gravação é bastante limpa e tudo é feito para garantir uma boa audição, ao contrário do que faziam bandas como Emperor ou Mayhem nos idos do final da década de 1980/início de 1990.

“Aske” começa com “Sinner” e ela já dá uma boa ideia do que virá adiante, uma bela mistura de peso e melodia. Aqui é bom deixar claro que, sim, o álbum é 100% peso despido de teclados e as ambientações que ele proporciona. Isso, no entanto, não significa blast beats e guitarra a 666 km/h. Não, o Aske sabe fazer black metal old school mesclado a elementos de thrashdeath. Se não é uma fórmula original, o Aske pelo menos sabe misturar esses ingredientes muito bem para criar suas músicas.

A “Sinner” segue-se “No Soul to Sell”, que tem mais ou menos a mesma pegada, algo que caracteriza praticamente todas as faixas do álbum. Como é sempre bom trazer alguns destaques, essa posição cabe a “Royalist” (o melhor solo do trabalho), “A Bruxa e o Cardeal” (uma das duas músicas em português do álbum, ao lado de “Represente Satanás”), “Eva” (“Tears from Sodom”) e “Pazuzu (Lost into a Valley of Rot)”, que fecha “Vol. II”.

Lançado em formato físico pela Eternal Hatred Records, “Vol. II” também está disponível nas principais plataformas de streaming musical: Apple Music, Deezer, Spotify e YouTube.

Agradecimentos: Som do Darma.
Foto: Press-release

Ouça a edição mais recente do Programa Rock Master:

Se preferir, clique no banner abaixo e escolha qual edição do Programa Rock Master quer ouvir: