Pouco menos de um ano de sua última passagem por Belo Horizonte com a turnê de “Open Source”, Kiko Loureiro voltou à capital mineira, dessa vez promovendo seu mais recente álbum, “Theory of Mind”, em um show que, desde seu anúncio, prometia ser bastante especial. Promessa essa que se mostrou mais que cumprida.
Antes de Kiko subir ao palco, o público brasileiro foi apresentado ao guitarrista colombiano Andy Addams. Claramente um fã de Steve Vai, Addams se apresentou com uma camisa com luzes leds acopladas, que iam mudando de cor de tempos em tempos. Mostrando um certo carisma e deixando claro o quanto valoriza a oportunidade de estar ao lado de um dos melhores guitarristas da atualidade, Andy apresentou um setlist curto, mas eficiente que, se peca um pouco, é pelo excesso de virtuose. Em algumas músicas, parecia que ele, a exemplo do próprio Vai em algumas ocasiões, queria apenas mostrar ao público o quanto domina e consegue fazer acrobacias com as seis cordas, sem se preocupar muito em provocar emoção com sua arte. Nos momentos em que focou-se nisso, no entanto, o colombiano também acertou em cheio, especialmente em músicas como “The eyes of the moon/When the spirits collide”, “The warrior” e “Piedra de fuego”. Para encerrar, um mash up de covers contendo trechos de músicas de Dream Theater, Journey, Van Halen e a atualmente onipresente “Pegasus Fantasy”. Se o objetivo de Andy era deixar o público presente bem aquecido para o que viria a seguir, pode-se dizer que ele fez seu trabalho com bastante competência.
Já a atração principal da noite não demorou muito a subir ao palco, acompanhado da banda de peso de sempre: Luiz Rodrigues (guitarra), Felipe Andreoli (Angra, baixo) e Bruno Valverde (Angra, Whom Gods Destroy, bateria) já abrindo os trabalhos com “Blindfolded”, do álbum que dá título à turnê.
Daí em diante, o show teve vários momentos marcantes. No primeiro terço, que compreende a maior parte da apresentação, Kiko dividiu o set entre músicas próprias, do Angra e do Megadeth, com ele mesmo assumindo os vocais quando isso era exigido. Aqui podemos destacar “Pau de arara”, onde sua guitarra apresentou problemas e Luiz pôde mostrar porque acompanha Kiko em turnê, “Overflow”, “Dystopia” (Megadeth) e uma quase jam contendo trechos de “Carry on”, “Spread your fire”, “Nova era”, “Morning star”, “Evil warning” e “Speed”, do Angra.
O segundo e terceiro terços do show foram reservados para os convidados. Primeiro, foi Alírio Netto, vocalista com passagem pelo Shaman, para tocar músicas do Angra, inclusive em um formato acústico mais intimista, como no caso de “Late Redemption”, emendada com “Heaven and Hell”, cover do Black Sabbath da fase Dio.
Logo a seguir foi a vez da outra pessoa no cartaz da turnê, o guitarrista Marty Friedman se juntar à Kiko e companhia para não só colaborar com Loureiro tocando trechos de músicas do Megadeth, como mostrar ao público composições próprias, tais quais “Hyper doom” e “Tearful Confession”. Um dos momentos mais legais desse último terço da apresentação foi quando Kiko e Marty prestaram uma homenagem ao movimento musical belorizontino que alcançou fama mundial sob a alcunha “Clube da Esquina” e tocaram uma versão toda própria, misturando a guitarra tipicamente metal de Marty com o violão de Kiko, para “O trem azul”, de Lô Borges. Essa, segundo Kiko, seria tocada apenas em BH, dada a relação da música com a cidade.
Finalmente, após quase duas horas de uma performance praticamente perfeita, todos voltam ao palco para encerrar os trabalhos com “Stormbringer”, cover do Deep Purple. Sem sombras de dúvidas, uma das melhores formas de se passar uma quarta-feira à noite!
O Rock Master agradece à Top Link pela parceria que proporcionou a cobertura do evento.
Confira algumas fotos dessa noite especial pela lente de Will Conrad.
Andy Addams


Kiko Loureiro







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