Resenha: “L’empire Du Crepuscule” – ADX

O ADX é uma das mais antigas bandas do heavy metal francês. O grupo foi formado em 1981 por Didier “Dog” Bouchard (bateria) e Philippe “Phil” Grelaud (vocais) em 1981, quando o NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal, ou “A Nova Onda do Heavy Metal Britânico”) tomava a Europa e, consequentemente, o mundo, de assalto. Como bons franceses, o ADX não aderiu ao movimento de seu rival histórico, preferindo se focar em um speed metal com toques de thrash metal e o metal tradicional. Mais ou menos o que os headbangers alemães faziam na mesma época.

O primeiro álbum da banda, “Exécution” foi lançado em 1985 e, desde então, o ADX tem tido uma carreira bem típica de bandas do estilo, com mudanças de formação, hiatos e tudo o que caracteriza grupos de heavy metal que não conseguem quebrar a barreira do sucesso comercial. Um fator que pode contribuir para isso é o fato dos franceses não cederem à tendência mundial de escrever sua músicas em inglês. Não, o ADX é fiel a seu idioma materno.

Esse é, inclusive, algo que me causou certa estranheza quando coloquei seu último álbum, “L’empire Du Crepuscule“, lançado por aqui recentemente pela nossa parceira Hellion Records, para rodar. Esse efeito, no entanto, não durou mais do que uma ou duas músicas. Daí em diante eu já me acostumei ao heavy metal empolgante e bem tocado do ADX, mesmo que o idioma me seja estranho. Nada demais, se levarmos em conta o sem número de bandas de metal que cantam em finlandês, norueguês, russo, italiano, latim…

“L’empire Du Crepuscule” é o 13º álbum do ADX, que atualmente conta com Neo e Frederick “Fred” Allanic nas guitarras e Jules Brosset no baixo ao lado de Phil e Dog.

Os trabalhos são abertos com a empolgante “Les Charognards“, que traz todos os ingredientes de uma boa faixa de speed metal: bons riffs e solos e um bom refrão. Essa mesma fórmula é repetida em “Tout en Puissance” e “Hors Contrôle”. Ambas músicas empolgantes, sendo que “Tout en Puissance” traz um refrão bastante “nervoso”. Méritos para o gogó de Phil.

“Légions” vem a seguir e é outra que traz um refrão bem contagiante. Ela abre espaço para “Le Malgré Nous”, um dos destaques individuais desse álbum, com uma ótima introdução e o melhor trabalho de guitarras presente em “L’empire Du Crepuscule”, além de Dog mostrando a que veio. O outro destaque individual do álbum fica por conta de “Le Couvent Des Possédées”, com seu refrão pra lá de grudento, belos riffs e uma introdução excelente. “Paradis Royal”, “Montfaucon” e “Septembriseurs” seguem mais ou mesmo a mesma fórmula das músicas iniciais, com “Paris un 13”, instrumental, fechando “L’empire Du Crepuscule” em alto nível.

Um trabalho muito bom de uma banda pouco conhecida e que, dada a qualidade apresentada aqui, mereceria mais espaço dentro do mercado do heavy metal independente do fato de não escreverem suas letras em inglês. Qualquer fã de speed metal europeu deveria conferir o trabalho desses franceses veteranos.

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