Resenha: “Iconoclasty of Flesh” – The Endoparasites

Formada em 1991 no Rio de Janeiro com o nome Incubator Of Cadaveric Endoparasites, o The Endoparasites é uma das bandas da segunda onda do metal extremo brazuca que teve uma vida curta, encerrando suas atividades em 1997. Nesses seis anos, a banda produziu apenas um registro, “Iconoclasty of Flesh”, lançado em vinil em 1993. No final do ano passado, nossos parceiros da Cogumelo Records, aliados à Grayhaze Records resgataram esse registro e lançaram o álbum em CD pela primeira vez, em um formato caprichado e com faixas bônus ausentes do material original.

Iconoclasty of Flesh” é um produto de seu tempo, ou seja, é um power trio formado por Marcelo Rodrigues (vocal/guitarra), M. Chelles (baixo) e Adelson Souza (bateria) fazendo um death metal bem cru e sem concessões ou qualquer presença de alguma “modernidade” que pudesse, de alguma forma, alterar sua sonoridade. O que temos aqui é metal extremo clássico, com ênfase na rapidez e no peso dos instrumentos e no vocal gritado/gutural de Marcelo. Com uma diferença em relação à maioria das bandas da época, que é o fato da banda investir pouco em solos de guitarra. Os que aparecem, no entanto, seguem o padrão do estilo de então.

Uma das diferenças de “Iconoclasty of Flesh” para a maioria das produções da época é que aqui os instrumentos estão bem separados e o vocal está no volume adequado, sendo que nunca é obscurecido pelas pauladas de Adelson ou mesmo pela guitarra do próprio Marcelo. Toda a “tosquice” de produção característica de álbuns de metal extremo do final dos anos 1980/início dos 1990 foi deixada de lado por aqui.

Musicalmente, o The Endoparasites faz o que dissemos acima: death metal clássico, com alguma influência de bandas menos extremas aqui e ali (a introdução de “Permanent State of Infernal Disarticulation” lembra muito alguns trechos de “One” do Metallica) em oito músicas que não chegam aos 30 minutos. Isso falando do material contido no vinil. Já a versão em CD traz duas faixas bônus, “Worns in Guts/Intestinal Whirlwind” e “Day of Carcass”. Um death metal honesto que, se já naquela época não trazia nada de novo, pelo menos servia para “bater cabeça” com gosto.

A Cogumelo, como sempre, fez um trabalho caprichado ao resgatar esse registro, lançando-o em CD em caixa acrílica com embalagem slipcase, que acompanha pôster dupla face 36 x 36 cm.

Vale a pena para aqueles headbangers completistas que querem ter tudo o que foi lançado na época áurea do metal extremo tupiniquim.

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