Foto: Iana Domingos
Olha aí, mais uma grande contribuição do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master. Veja como foi o show do Paul Gilbert em Belo Horizonte:
Como vocês devem ter visto aqui mesmo no Rock Master, o primeiro semestre de 2017 promete ser agitado na cena do rock e heavy metal na cidade, com grandes nomes do cenário se apresentando na capital mineira, a maioria deles pisando pela primeira vez em Belo Horizonte. O pontapé inicial se deu no último domingo, com a apresentação do Paul Gilbert Trio no Studio Bar e é seguro dizer que a escolha para a abertura do calendário de shows na cidade não poderia ter sido mais acertada.
O trio formado por Paul Gilbert (guitarra e vocal), Pete Griffin (baixo) e Thomas Lang (bateria) adentrou o palco do Studio Bar exatamente às 20h30, hora programada para o começo do show e encontrou uma recepção calorosa do público que enchia o local. Sem muita firula, o trio começou já mostrando a que veio com a sensacional “Massive Medley”, um medley, como o próprio nome diz, que condensa uma grande parte da carreira de compositor de Paul Gilbert em uma longa música beirando os 40 minutos de duração, sem pausa para conversas ou brincadeiras. De cara Paul mostra toda a sua versatilidade, indo de riffs e solos rápidos a trechos mais melodiosos, fazendo com que essa colcha de retalhos pareça mais um produto único do que uma junção de pequenos pedaços de cerca de 30 músicas diferentes. O destaque dessa primeira parte do show vai para o trecho do medley onde Paul tocou um pedaço de “Green-Tinted Sixties Mind”, música do Mr. Big que fez o público cantar as letras correspondentes ao trecho ali executado.
Ao fim dessa grande introdução, finalmente Paul mostrou que também é um cara carismático, que gosta de brincar e interagir com o público sempre que possível, seja conversando, seja afinando voz e guitarra e mesmo fazendo graça ao beber uma garrafa de água mineral. Também sabe fazer graça com o próprio instrumento, tanto tocando com os dentes quanto utilizando-se de uma furadeira no lugar da palheta ou, a exemplo de Steve Vai, pedindo que Pete sirva como uma terceira mão na hora de tocar sua guitarra.
“Eu estou em cima de um palco com uma guitarra elétrica. Essa, com certeza, é uma noite excelente”, chegou a dizer em determinado momento do show. Elogios ao público também não faltaram. Um aspecto interessante de Paul Gilbert é que, mesmo sendo a figura de destaque da noite, ele não monopoliza todas as atenções 100% do tempo, dando espaço tanto para Griffin quanto Lang terem seus momentos de destaque. Durante o solo de Lang, inclusive, Paul permaneceu no palco assistindo à performance do homem a cargo das baquetas ao invés de fugir para o camarim, como normalmente ocorre nesses casos. O batera, inclusive, tocou o show inteiro com a camisa da banda mineira Elephant Casino.
Voltando ao setlist, o medley deu lugar a “Everybody use Your Goddanm Turn Signal”, uma música cuja letra brinca com o fato de motoristas não terem o hábito de usar a seta (ou o pisca alerta como queira) e que faz parte de seu último álbum, “I Can Destroy”. “I Can Destroy”, inclusive, foi o álbum que ocupou a maior parte do show, já que, além da citada e da faixa título teve ainda “Blues Just Saving My Life”, “One Woman Too Many”, “Adventure and Trouble” e “I am Not the One (Who Wants to be with You)” tocadas no show. “Enemies (in Jail)” e “Technical difficulties” também foram destaques de um show que, em um todo, cumpriu o prometido e mostrou ao público que Paul Gilbert é um dos mais versáteis guitarristas da atualidade, passeando por diversos estilos (ainda que calcado no rock) sem dificuldades.
Depois de quase duas horas de música quase ininterrupta, a apresentação do Paul Gilbert trio se encerra com “Little Wing”, cover da música de Jimi Hendrix e “SVT”, do álbum “Space Ship One” e deixou o público com aquele desejo de ver mais Paul Gilbert por aqui. Quem sabe a passagem do Paul Gilbert Trio pela cidade não seja um sinal de que a banda principal do guitarrista, o Mr. Big, possa estar a caminha de fazer sua estreia em terras mineiras? Esperamos que esse seja o caso.
Finalmente, não poderíamos encerrar essa resenha sem agradecer à MS BHz Produções e ao Márcio Siqueira por darem toda a estrutura necessária ao Rock Master para cobrir mais esse evento produzido por eles na cidade.