Mais uma grande contribuição do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master! Com as belas imagens da Iana Domingos!
Sábado, cinco de agosto, foi um belo dia para os fãs de heavy metal em Belo Horizonte. Afinal, a noite marcou a primeira apresentação do Massacration na capital mineira desde a reunião da banda no fim do ano passado. Não só isso, como também foi o primeiro show do Abakath, um trio que não leva todo o cenário do metal nem um pouco a sério, em Belo Horizonte.
O evento aconteceu no Granfino’s, casa de show com capacidade para 400 pessoas e recebeu um bom público, que se mostrou bastante receptivo não só para a atração principal, como para banda de abertura, algo que nem sempre acontece, especialmente quando esta é totalmente desconhecida no cenário.
O show do Abakath, banda originária de Ibirité, Região Metropolitana de BH, começou com a execução de “Oh Fortuna”, parte da ópera Carmina Burana, de Carl Orff, que, geralmente, é o marco inicial de apresentações grandiosas, épicas e elaboradas. Nada poderia ser mais distante do que o Abakath apresentou no palco. Adeptos, segundo o vocalista Lord Strogönoth (pronuncia-se “estrogonofe”) do black metal preto acústico, o que o Abakath traz para o palco é diversão pura e simples. Além de Strogönoth, a banda ainda conta com Mortum Sprinath, no violão, e Malevolent Almath, nas latas. É isso mesmo, a “bateria” da banda é um conjunto de latas mantidas juntas com fita adesiva em cima de uma cadeira de plástico!
Por mais ridículo que isso possa parecer, o fato é que os caras do Abakath (foto) conseguiram fazer um show bem legal, divulgando seu primeiro álbum, “Círculo de Urubus”, cujas cópias físicas foram produzidas especialmente para serem vendidas no evento. A música dos caras é honesta, as letras são bastante divertidas e a presença de palco da banda surpreende, especialmente a de Lord Strogönoth, que usou bem o pequeno palco do Granfino’s para suas performances, especialmente na hora em que as músicas exigiam que ele saísse correndo para todos os lados. O público, por seu lado, também colaborou bastante, apoiando a banda, levantando abacates sobre suas cabeças e cantando algumas das músicas. Houve mesmo diversas invasões de palco – já que o espaço entre grade e palco no Granfino’s é inexistente – com as quais a banda lidou muito bem. Destaques do show vão para “Quem Come Abacate”, que abriu o show e foi repetida no bis, “Quero Dormir, Quero Descansar” e “Hoje Eu Não Acordei Porque Não Dormi”.
Já com o público aquecido – e com um pouco de atraso – o Massacration subiu ao palco com sua nova formação, que, além de Detonator (Bruno Sutter, vocal), Metal Avenger e Headmaster (respectivamente Marco Antônio Alves e Adriano Pereira, guitarras) conta também com El Muro no baixo e El Perro Loco na bateria, sendo que esses dois usam máscaras de lutadores mexicanos para esconder suas identidades. Informações dão conta, no entanto, que o responsável pelas baquetas da banda é ninguém menos do que Ricardo Confessori, famoso no mundo do metal por ter participado de bandas como Angra e Shaman.
Além do quinteto, ainda há o apoio de Red Head Hammet (Franco Fanti) e do Boça (Felipe Torres), personagens advindos do programa “Hermes & Renato”, que deu origem à banda. Ambos participam do show em diversos momentos, incorporando Michael Jackson, Roberto Carlos ou Satã. O Joselito de Adriano Pereira é outro que fez uma aparição antes de assumir sua identidade de Headmaster.
Falando do show, o Massacration consegue combinar um heavy metal energético e bem tocado, com refrões grudentos e melodias cativantes com bastante diversão. O fato de serem uma trupe de comediantes e Bruno Sutter ser bastante carismático ajudam bastante no propósito da banda. O Detonator, de Bruno, interage bastante com o público, fazendo troça tanto da audiência quanto de si próprio.
O Massacration, que tem dois álbuns lançados e um a caminho, abriu o show com “Metal is the Law” e fez um bom apanhado de sua carreira, tocando músicas como “Evil Papagali”, “The Bull”, “The Mummy”, “Massacration”, “Let’s Ride to Metal Land”, “Metal Milkshake” (na qual Detonator adicionou a palavra “abacate” à letra, em homenagem à banda de abertura) e “Metal MILF”, dentre outras, encerrando o show com “Metal Bucetation”.
Um evento bem legal, onde as duas bandas se completaram e souberam entreter seu público com bastante competência. Esperamos que retornem à cidade e, quem sabe, se apresentem para um público maior. Ambas as bandas merecem um reconhecimento maior do público headbanger, desde que, claro, você não leve o metal muito a sério.
O Rock Master agradece, mais uma vez, à EV7 Live na pessoa do Eliel Vieira, por nos proporcionar mais essa cobertura.
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