Olha aí, veja como foi o show de Zakk Wylde em Belo Horizonte, em uma contribuição de Marcelo Seabra para o Rock Master. As fotos são de Alexandre Guzanshe.
No último show da temporada brasileira, o guitarrista Zakk Wylde e seus companheiros tocaram para uma audiência delirante em Belo Horizonte. A Zakk Sabbath reúne Wylde com o baterista Joey Castillo (ex-Queens of the Stone Age e Danzig) e o baixista Rob “Blasko” Nicholson, que toca com Wylde também na banda do Ozzy. Os três se apresentaram na noite do último domingo (19 de novembro) para um Music Hall cheio, e era difícil achar alguém parado.
É curioso que Wylde ainda seja mais conhecido como guitarrista, já que seu talento nos vocais está mais do que provado à frente da Black Label Society. O projeto que ele lidera, Zakk Sabbath, homenageia uma das maiores bandas de heavy metal da história, a Black Sabbath. Os três rodaram as principais cidades brasileiras apresentando clássicos da banda, no período de Ozzy como vocalista. O Sabbath ainda tinha, originalmente, Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria).
Mesmo faltando músicas marcantes, como Paranoid, Iron Man, Sabbath Bloody Sabbath e Black Sabbath, o repertório estava bem recheado, agradando os fãs. Wylde, uma figura enorme que parece saída de um filme de Rob Zombie, consegue a proeza de ser simpático calado. Poucas vezes ao longo da apresentação podemos ver o seu rosto, coberto pelo cabelão e barba, e ele fala menos ainda.
Mas sua presença de palco é tamanha, seus gestos mexendo com o público são tão frequentes, que você acaba vendo-o como um velho amigo. De cima de uma espécie de púlpito, ele gesticula para algum deus do metal, toca guitarra loucamente – de costas, com a boca – e não poupa os solos.
No fundo, espancando a bateria, Castillo parece aquele colega na academia que está terminando os exercícios, visivelmente fazendo grande esforço. Quase desidratado, ele não parou quase nem um minuto, aproveitando alguns solos de guitarra para beber água. Blasko, talvez por timidez, ou quem sabe estivesse tendo um problema técnico, só ficava de costas para o público, encarando o equipamento de som. Ou ele poderia apenas estar aproveitando o ventilador posicionado ao lado. Quando virava de frente, se escondia atrás do cabelo, parecendo personagem de filme de terror japonês.
Com muita energia, os três começam com Supernaut e são acompanhados pelos fãs em todo lálálá ou ôôô. Depois de alguns petardos, Children of the Grave é o primeiro momento a levar a casa à loucura, inclusive com a formação de um mosh, que durou até o final. Into the Void é outro pico, e o tempo corre sem ninguém perceber. Mais de 80 minutos se passam e eles chegam na dupla de encerramento, nada menos que N.I.B. e War Pigs. O baixo da entrada da primeira e a sirene que chama a segunda fazem até o senhor mais calmo pular, mostrando que todas as faixas etárias estavam representadas e igualmente animadas.
Com 1h40 de show, os dois saem do palco após um rápido agradecimento, saudando a todos, e Wylde fica mexendo um pouco com o pessoal. Mas ele também não demora e logo some nos bastidores. Os roadies entram e começam a desmontar os instrumentos, acabando com a esperança de um bis. O show tinha acabado, mas ia demorar até a adrenalina descer.
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