Delain faz primeiro show em Belo Horizonte para plateia pequena, mas empolgada

Olha aí, como foi o show do Delain, em Belo Horizonte, na visão do colaborador Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro. As fotos são do Ricardo Marques.

Eis que depois de 15 anos de estrada, os holandeses do Delain, banda liderada pelo tecladista Martijn Westerholt, egresso do Within Temptation, desembarcou em Belo Horizonte para um show que, pela disposição da banda, merecia muito mais do que o pequeno público que os recebeu no Granfino’s no chuvoso domingo (19 de novembro). Talvez o fato do show do Zakk Sabbath estar acontecendo no mesmo dia (ou de haver uma série de shows em um curto espaço de tempo na cidade) possa ter contribuído para o esvaziamento do evento ainda que, quem conhece a cena metal em Belo Horizonte, saiba que esse não deve ser o principal motivo.

De qualquer forma, com um pequeno atraso, o quinteto que, além de Martijn conta com a vocalista Charlotte Wessels, o baixista/vocalista Otto Schimmelpenninck van der Oije, a dupla de guitarristas Timo Sommers e a baixinha Merel Bechtold e o baterista Ruben Israel entrou no palco ao som da introdução “The Monarch” para já emendar com “Hands of Gold”. Foi o suficiente para colocar o público do Granfino’s em polvorosa.

Se os integrantes do Delain se chatearam com a pouca presença de público, isso não foi demonstrado em nenhum momento. A banda fez um excelente show. Charlotte mostrou-se dona de um grande carisma e presença de palco, chamando o público ora para fazer barulho gritando, ora para bater palmas, ora para cantar junto, fazendo caras e bocas e interagindo com a audiência sempre que possível. Outro que roubou a cena foi Otto. O baixista estava por todos os lados do palco, pulando, cantando, ajudando Charlotte a comandar o público e a dar o ritmo da apresentação.

Timo e Merel, ainda que com uma presença de palco menor, também fizeram sua parte circulando pelo palco, batendo cabeça e pedindo ao público que se agitasse bastante – ainda que isso não fosse necessário. Estavam todos empolgados por ter a banda ali. Martijn e Ruben, até devido à limitação proporcionada por seus instrumentos, foram mais discretos. Mesmo assim, demonstraram, à sua maneira, a alegria de estar na cidade.

O Delain veio à América do Sul divulgar seu último álbum, “Moonbathers”, de 2016 e ele foi representado no show com “Hands of Gold”, “The Glory and the Scum”, “Suckerpunch”, “Fire With Fire” e “The Hurricane”, além de “The Monarch”, constituindo, assim, a espinha dorsal do show e não se afastando muito do setlist executado pela banda na Europa. Aqui, no entanto, ele foi reduzido.

Passava pouco mais dos 60 minutos de show, quando a banda tocou “We are the Others”, do álbum homônimo de 2012. Ao final dela, o quinteto se reuniu à frente do palco e se despediu do público, que ficou com aquela sensação típica de satisfação, mas, ao mesmo tempo, querendo mais. Ao contrário do que é tradição em muitos shows atualmente, o Delain não voltou para um bis.

Como dito no parágrafo que abre esse texto, o Delain merecia um público muito maior do que aquele que compareceu ao Granfino’s. Aqueles que o fizeram não só viram um show quase perfeito – só pecou em sua duração – como fizeram a sua parte para fazer a banda se sentir bem-vinda em terras mineiras. Mais uma vez o Rock Master agradece à EV7 Live e Eliel Vieira por mais essa cobertura.

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